quinta-feira, 24 de junho de 2010

Hibernar.

Não é a solução. O turbilhão das emoções chega quando menos espero e não sei qual a melhor maneira para despir esta máscara. Oiço as vozes sábias de quem vive grandes histórias de amor, sem certeza de ser capaz de voltar a fazer o mesmo. Não estou segura de poder voltar a amar com a mesma força com que me roubaram o sorriso. Estou cansada de paixões fortuitas, capazes de atravessar este mundo e o outro de tão leves que são. Estou cansada de largar o coração em alto mar, sem saber onde brilha o farol. Estou cansada de contar histórias, sem saber quem me escuta. Não quero mais arrastar a sombra daquela página que não acabei de ler. Mas a força com que o vento sopra não me deixa fechar o livro. Insiste em soprar-me ao ouvido o nome daquela história que já ouvi vezes sem conta. Gostava de parar esta coisa que gira por nós e começar a ler de novo aquele conto. Gostava de tanta coisa, aqui e agora. E tento fazer com que o mundo gire por si. Sem pensar demais. Pensar não valia a pena, até aqui. Jogar com o coração é arriscado. E o medo de voltar a falhar a carta do baralho, faz-me retirar a aposta. Brinco com as emoções como quem lança um dado sem retorno. Não tenho receio de ser a primeira a jogar. Arrisquei sempre a ser feliz, com os meus trunfos. O xeque-mate está longe de ser o perfeito. O gato e o rato vão deixar-se apanhar. E o jogo termina aí. Já sei o final da história antes que a avó "destino" me conte. Não me deixo enganar pelas suas promessas profanas. Sei que aquele dia está a chegar. O meu calendário não tem dias, nem meses, nem anos. O tempo parou. E com ele chegou a vontade de hibernar.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

O sol.

O sol traz-me saudades. Não consigo explicar com palavras leves o porquê do sol me trazer à memória o teu cheiro e o teu jeito desajeitado. A cor dourada dos campos secos lembra-me a cor da tua pele e o cair do final de tarde o teu gosto pelo Verão. O sol traz-me saudades de ti e das tuas coisas. Das tuas idas à praia, das tuas tardes na piscina e dos passeios de fim-de-semana. O sol traz-me ao coração o aperto da distância dos outros tempos e a angústia do Setembro antigo. O sol traz-me o teu calor no sofá e as tardes de esplanada com os amigos. As gargalhadas entre um copo fresco e as mãos dadas debaixo da mesa. O sol arrepia-me quando penso em quantos verões já passaram. Traz a paixão arrebatadora e a cumplicidade das noites quentes de Verão. E as saudades de ontem que nunca passam e nunca deixam espaço para os amores de Verão. Aguardo com os pés e a cabeça enterrados na areia. Passeio as memórias por entre as dunas de histórias e mais uma vez acabo a molhar a ponta dos dedos na água fria do mar para acordar e esquecer-me deste sonho. Nestes dias prefiro as noites. Porque já não há sol a essa hora. Porque o sol me traz dor e muita luz. Faz-me ver coisas onde não existem e seca-me os castelos molhados na areia da praia.
O sol traz-me saudades. De ti. Mais uma vez.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Interfriendship.

O fim-de-semana das amigas foi....delicioso. Esta é a palavra certa. Desta vez os planos não foram muito precisos, até porque o São Pedro nos roubou o calor e o dia de praia. O comboio levou-me até à Kikas que já esperava em Santos empoleirada nos seus sapatos de verniz. A seguir a Nês. "Nas portagens" - dizia a sms. Esperámos um quase nada até ela chegar. Sem agenda muito definida, num abrir e fechar de olhos delineámos o programa - compras, cinema e Santos. E cumprimos à risca. Comprámos bikinis (para contrariar a vontade superior), encontrámos o look Pussy Cat Dolls, experimentámos vestidos como se não houvesse amanhã e disfarçamo-nos de Carrie, Miranda, Charlotte e Samantha! Cinema. De repente, estávamos no ecrã a rever a nossa história. E de que maneira. A Samantha a apaixonar-se a cada minuto, a Carrie a trocar de vestido a todo o instante, a Charlotte com a paciência de sempre e a Miranda com a doçura do costume. Somos nós. Por mais piroso que possa parecer. Saímos do cinema quase quase quase a chorar e a pedir que fosse sempre assim. Dali saltámos para os Santos. No ano passado, por aquela hora estávamos à beira de um ataque de nervos!Este ano seguimos a força. E deu tudo certo. Acabámos a rir às gargalhadas, entre as almofadas. Despertámos com calor e muito sol a entrar pela janela. O dia estava feito para nós. Na praia molhámos os pés na areia e bebemos morangoskas para brindar ao fim-de-semana delicioso. Tirámos fotos para não esquecer este dia, mas mais uma vez voltámos a não marcar a próxima data. Coisa de crescidas.
Aposto que não tardarei a escrever na agenda [Julho-Interfriendship].

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Em Bar-sur-Aube_1

:)