domingo, 2 de outubro de 2005
Ça me fait réfléchir
Louvain-la-Neuve, a minha pequena vila... é realmente magnífico ver tantos estudantes concentrados num tão pequeno pedaço de terra (acho que nem Coimbra tem este espírito!). As festas são todos os dias e a música ouve-se na rua até às 3 da manhã. Os baptizados universitários fazem-me rir, mas para os caloiros não dá piada nenhuma. Quase todos os baptismos e praxes metem cerveja, senão todos mesmo. E eu, que já estou no último ano do meu curso…fico com uma impressão tão estranha quando penso que ao voltar a Portugal, começarei a última recta para ser licenciada!
Os pensamentos andam todos os dias a deambular na minha cabeça, sobre todo o tipo de assunto: as relações, as amizades, as saudades, a profissão, tudo ganha um contorno mais profundo e importante neste momento. Até agora já consegui chegar a algumas conclusões, que não sei se serão definitivas. Cada vez mais o “fazer” jornalismo se afasta do meu verdadeiro interesse e é nas outras ciências humanas (olhar da sociologia, psicologia, filosofia, antropologia) que encontro interesse, assim como no estudo dos média, no estudo da comunicação e menos nas técnicas de fazer passar determinada informação. Mas este é um processo mental que ainda estou a construir e que vai ser longo antes de saber verdadeiramente o que quero.
*Caricas*
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2 comentários:
Pois é, querer condensar a "verdade" numa disciplina é redutor.
Produzir informação nos dias de hoje é uma responsabilidade que não deve ser cercada unicamente pelas questões do "quando, "onde", "como","porque".
O Álvaro de Campos diria "sou um técnico dentro da técnica, fora disso sou louco. . .louco, ouviram?com todo o direito a sê-lo"...a liberdade de pensar deve ser total e bem formada por parte de quem "oferece" opiniões e forma consciências colectivas massificadas.
Não sei se é de LLN, provavelmente esse tipo de reflexões acaba por ser típico de todos nós. Eu senti isso o ano passado quando estava na mesma situação que tu, último ano da faculdade e acabadinha de chegar dessa vila rebelde. Contudo há coisas que te posso garantir, essas questões atormentar-te-ão até que te decidas, e mesmo depois de o fazeres continuarás a pensar no que poderias ter feito e não fizeste. Lembra-te que o acto de decidir só leva um instante mas dá-nos bastante que pensar...e normalmente vamos contra aquilo em que tanto reflectimos!
Eu exorcizo essas minhas dúvidas em dois sítios: no trabalho e no sonho, mas acredito que um dia consiga compreender as duas num mesmo espaço e que esse espaço me preencha enquanto profissional! Até lá vou tendo ideias. Ideias de mil e um artigos que poderia escrever e de mil e um mestrados que poderia fazer, de mil e uma medidas que poderia tomar se fosse política...Enfim, demasiadas ideias e demasiadas vontades que se podem transformar em frustração por não se concretizarem. Diria como o outro: Sei o que não quero agora o que quero...deixo que os instantes que se seguem o decidam!
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