A vida corre a um ritmo calmo, com poucas peripécias. O tempo faz das suas, entre cheias e dias solarengos, parece que também ele anda indeciso e hesitante. O rebuliço da capital dá-me energia e faz-me sorrir...é giro observar os passos acelerados dos que cedo começam a correr para o trabalho ou para a faculdade ou simplesmente para o comboio.
Os olhares não se entrecruzam, não há tempo, não há espaço, não há vontade. A maior parte marcha de pés firmes (ou nem tanto) a pensar no dia de ontem e no dia que ainda se vai desenrolando pouco a pouco, o de hoje, o de agora.
Os sonhos ficam presos em pensamentos pontuais, em simples expressões oníricas que fazem do rosto um mapa de formas geográficas. Mais a norte, um semblante pesado denota preocupação, as sobrancelhas curvadas, a cabeça erguida...segredos que todos escondem e que, por vezes inconscientemente, demonstram num ligeiro sorriso (ou riso), mais a sul. Identidades reveladas de almas que deambulam nos céus da cidade.
O pássaro esvoaça, mas ninguém nota... é assim a cidade.
É assim a atmosfera cosmopolita dos grandes centros urbanos, onde cada recanto conta uma história, emite um som e apresenta tons amarelados, gastos dos olhares indiscretos de curiosos como eu. Sete colinas, cem paisagens, mil e um transeuntes...é assim Lisboa.
É assim o tempo alfacinha, o espaço da capital: centro daquela indiferença gostosa, da alienação egoísta de gente que gosta de morar longe em pensamento.
O bom é estar no meio de tudo e todos, sem nunca estar lá efectivamente. O bom é dizer "olá" a murmurar para ninguém ouvir. O bom é caminhar pelas ruas, voando...
Lisboa é uma menina (moça), que oferece um mundo que pode ser só meu, só teu, só nosso...tão linda!
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