quinta-feira, 7 de maio de 2009

Segurança.

"Na vida nem tudo é segurança"...diziam-me há pouco entre um gole fresco de sangria tinta. Quando senti o travo amargo da laranja, pensei que talvez tivesses razão. Que os riscos, tal como as certezas de hoje, são na maioria das vezes certezas arriscadas. Nada vale pensar hoje para amanhã e muito menos pensar o hoje com o pensamento no dia de ontem. Dei comigo a pensar que talvez valesse a pena arriscar hoje. Mas o medo de enfrentar o amanhã com uma mão cheia de nada é tão grande que, como uma boa Touro, não consigo dizer que sim. Sempre tive esta mania estranha de achar que as coisas, as relações e o amor duram para sempre. Que as pessoas são eternas e que o futuro só traz aquilo que lhe pedimos. Tenho a mania de arriscar pouco. Ou muito pouco. Talvez por isso detesto surpresas. Gosto de poder antever e rever com segurança. Tenho a mania de ler as bulas dos medicamentos antes de os tomar, de ver a validade das coisas no supermercado, de por tudo por escrito (até as emoções) e de deixar post its pela casa com a lista das compras para o dia seguinte. Gosto de ter as horas marcadas para tudo e detesto atrasos. Devaneios, só para dias de muita incerteza. Gosto de comer um quadradinho de chocolate de vez em quando, é certo. Também gosto de fazer coisas sem que as amigas saibam. Também gosto de uma mentirinha de vez em quando. E de arriscar por coisas que valham a pena. Mas a expressão "vale a pena" tem muito que se lhe diga. Sou mais teimosa que ambiciosa. E talvez por isso não atine com as coisas do coração. A teimosia dá-me pano para mangas, camisolas e cachecois...Já ambição comedida passa apenas por ser feliz. Estou a tratar disso...

1 comentário:

BettyBoop disse...

É nestas alturas que eu gostava de ter uma varinha de condão. Já imaginaste o fácil que seria? Podias pensar apenas em um desejo...eu saberia qual era...e zás! ... tudo mudaria.