segunda-feira, 2 de julho de 2007

Ao colo da vida


Já lá vai o tempo em que me acusavam das constantes mudanças repentinas de humor. Os sorrisos que voavam sem mais nem menos para um outro planeta distante, para dar lugar à cara feia (meio amargurada) que se instalava sem pedir permissão. E, neste processo, um vazio que nunca soube dar nome, uma razão suspensa no ar demasiado etérea para ser deslindada. Mistérios do passado...

...que me assombram de novo. Não quero sorrir. Não me apetece falar nem gritar, nem ficar. Hoje no longe parece-me estar qualquer coisa que vale a pena, uma fonte algures que sacie a sede de sair do mesmo sítio. Fugir dos lugares que em mim são estações demasiado revisitadas. Estou cansada.

Nestas alturas - quando a lucidez face à realidade se perde nos trilhos da tristeza infundada - parece-me que estou a ir de boleia, anestesiada e dormente, ao colo da vida.

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