Ler um bom livro é como dar um bom beijo.
Ao toque estranha-se. Depois a magia espreita, escondida por entre os odores. Os sabores misturam-se e despoletam mil e uma sensações, verdadeiras.
A viagem começa devagar, a um ritmo lento. A mente divaga, mas presa ao fim condutor daquele mel. Doce e alucinante.
O toque explora-se e a familiaridade cresce. Sabemos de cor a textura. É um diálogo surdo, aquele. Uma relação intensa, sem cortesias ou boas maneiras. Alarga-se o espírito, deixando antever um prolongamento do sonho. O mundo foi sugado para dentro do coração e aí permanece intacto, longínquo.
Os olhos vibram, até quando pestanejam. A respiração, ofegante, é suspensa por instantes...instantes que roubam a alma para mostrar um eco paradisíaco. Esse, mais tarde, surgirá como uma recordação, tatuada na pele escorregadia da memória.
A ligação estreita-se e ameaça uma interrupção. Aos poucos, o mundo desdobra-se e volta à realidade. Os pés voltam a pisar terra firme. E os olhos abrem-se mais brilhantes, a faiscar segredos sussurrados.
Nunca hei-de esquecer o dia em que mergulhei pela primeira vez naquelas páginas, que sabiam a lábios de mentol. Nesse momento soube que era ali que me queria perder e encontrar, para depois me perder de novo...para sempre, Na Sombra do Vento.
Como é bom beijar.
1 comentário:
Comecei a ler o vosso blog, por acaso e li-o praticamente todo! ADOREI! Adorei tudo! Parabéns! Beijinho e mantenham essa amizade única e louvável!
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