Sem querer lanço os pensamentos pela janela e sem dar por isso recosto-me no teu colo. Penso vezes sem conta se é o mais certo Se estou a desenhar com o lápis adequado ou até se o desenho ficará bem pendurado na minha parede. Penso nas cores que quero. E os tons pastel parecem-me os melhores. Nem sim, nem não. Pastel. Há muito que deixei as cores choque. Prefiro as cores egoístas, que não ficam bem nem mal. Que, sem querer, transformam o agitado em calmaria.
Os pensamentos continuam no teu colo. Nem me atrevo a sussurar-te o que penso. Guardo, sem memória, os pensamentos. Os meus. Não quero partilhar contigo o que não sei. Não quero construir contigo o que não tenho. Um desabafo, como tantos outros.
Penso a medo e com o rótulo de egoísta a travar-me os sonhos. Custa-me acreditar que a vida me trocou as voltas, sem pedir licença. E que me rouba o sorriso sem pedir, "por favor".
De tempos a tempos, reinvento-me. Ora fico triste, ora rio à gargalhada, ora me escondo, ora te dou a mão. Ainda não encontrei o sítio e a maneira certos. Não sei se me sento ao teu lado, ou em frente. Não sei vou sózinha ou se te convido. Não sei se telefono, ou mando uma mensagem. Não sei se apago a mensagem ou se guardo paracomo lida. Aprendi a não guardar recordações. Com facilidade se deita fora uma paixão. Aprendi. "Não vale deitar no ecoponto", pensava eu na brincadeira. Não sei se escolho o vestido ou as calças de ganga que me dão o tal ar selvagem. Nem se ponho o risco preto nos olhos ou não. Olho me ao espelho e é cada vez mais dificil perceber se gosto ou não.
Sem comentários:
Enviar um comentário