Como se fosse um cruzamento sem prioridades. Lançei-me neste trilho, sem olhar para trás. Ou talvez, sem olhar para a frente. As marcas de um caminho já mais do que pisado pelos outros conduziram-me a este passo sem destino marcado. A uma página nova, sem linhas por apagar, sem cheiro a memória, sem vestígios de páginas arrancadas. É como se fosse uma história intacta, quase intocável, mas outrora vivida.
Existe alguém a contar-me esta história. As palavras são outras e o jeito nas entoações dá-lhe uma cor diferente. Dá-lhe a cor da cor. E foi pelos sussurros dessa história por contar, lida nas entrelinhas dos sorrisos, que me deixei levar. Uma maneira desconcertada de colocar as palavras e as pausas soou-me a encanto. Sem pausas talvez. Soou-me a canto de sereia, escondido por entre o toque firme com que me segura a mão.
"Então?" pergunto vezes sem conta. Como quem pergunta à vida: "para onde vamos?" talvez porque tenho sede de ir a qualquer sitio. De ir aquele lugar que nem todos têm a oportunidade de conhecer.
O lugar das paixões, da mão na mão, do beijo no meio trânsito, dos passeios na areia, dos abraços inoportunos, das festas no cabelo, das gargalhadas destemidas e dos segredos a dois.
Vou nessa direcção.
1 comentário:
...e vais bem.
Vais chegar ao destino...que desta vez é tão somente percorrer o caminho e desfrutá-lo. Lá te aguardaremos.
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