Ter um carro só com dois lugares é já meio caminho andado para me chamarem egoísta. Não dou boleia a amigos, não posso conduzir a família e quase sempre ando sozinha. A companhia ideal é a rádio e o mar. Nada mais. É certo que, quando chego a casa, tenho comigo sacos e saquinhos. Quem leva para casa? Eu, sozinha. Confesso que já conto com uma certa agilidade na distribuição dos sacos, saquinhos, mala e chaves.
Chego a casa. Não há ninguém. Só o cheiro a “minha casa” que perdura desde o primeiro dia. E sabe bem. No sofá, o meu lugar. Na mesa um prato e na casa de banho uma escova de dentes apenas. Pelo menos não ando à guerra do zapping com ninguém, nem discuto o lugar das coisas com nenhuma mente brilhante.
No outro dia de manhã, saio de casa sem ninguém a repetir “despacha-te”. Que bom! Vou à minha maneira e posso escolher entre a A5 e a Marginal. Dou-me ainda ao luxo de ouvir a rádio que quero e mudar de estação de segundo em segundo. Quando vou às compras não me prendo com a indecisão de um “não te fica muito bem...”. É tão mais fácil quando podemos escolher. A mesma coisa se passa quando vou ao supermercado. Compro sumo da Compal, Nesquick e Fairy, sem ter ninguém ao lado a perguntar “porque é que não compras produtos de marca branca?”. Ufa, “porque só gosto destes!" E ponto final.
E de novo, no regresso a casa, começo a pensar que não vai haver ninguém para me carregar com os sacos…Até não é mau, se pensar que poderia correr o risco de ouvir – “foste às compras outra vez?!”.
Parece-me que qualquer dia vou ter um problema. Dizem. De Espaço.
1 comentário:
Mau mau... era se vivendo tu no 6o andar, não tivesses elevador...
Assim, até nem custa muito carregar as compras...
lol
(tou a brincar contigo linda)
Beijinhos
Enviar um comentário