É este o desfecho da história. Por um caminho estreito fui delineando um final menos bom para esta fábula, para este conto de fadas que parecia a minha vida nos últimos dias do calendário. Afinal de contas, tudo parecia caminhar adiante, em direcção àquilo que oiço chamar de 'felicidade'. A casa, das paredes roxas pintada quase para mim...à minha medida, naquele terceiro andar com vista para a Arrábida. Num terceiro andar escolhido a dedo, o meu, que tinha quase tudo para ser 'minha'. O trabalho que aparentava melhoras com a chegada de um braço direito, com um toque tão especial. O desafio falhado, ao qual todos questionaram "'tás a gozar?!" e o sentimento forte de fracasso e humilhação por ter desiludido quem outrora viu em mim a "senhora fala tudo". A derrota confessada e assumida e o desconforto. Um 'não' seguido de um 'não acredito'. O brilhozinho nos olhos que deu lugar a um piscar de olhos involuntário e atemporal, como quem diz, de tempos a tempos. Não é para mim. Bastaram-me anos. A experiência já tem lugar cativo na bancada da verdade. Os amigos e as palavras de conforto, não mais que palavras. E o desmoronar do castelo. Afinal o sol nem chegou a brilhar para mim. Eram luzes, luzes que se apagaram. No final, ninguém bateu palmas a uma vida de contrasensos. O pano desceu e só fiquei eu. Só.
terça-feira, 23 de outubro de 2007
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Numa vida tão cheia como a tua não há lugar para estares só. Não deixamos. Talvez a casa não fosse assim tanto à tua medida. Talvez aquele novo emprego não seja feito para ti. Mas foram esses sonhos que alimentaram o brilho dos teus olhos nos últimos dias. E acredito que mais virão por aí... Ou que ainda há esperança para estes.
Não vejo estes "nãos" como derrotas ou falhas. Sei/sabemos que és capaz de muito mais. Vale?
Chouriça
Enviar um comentário