Num pequeno instante, Louvain-la-Neuve espreita-me a mente.
Entra devagarinho e, sem pedir licença, acomoda-se lentamente...primeiro, num flash de imagens, depois numa panóplia de cheiros, recordações e desejos. A mente abre-se a este rapto de tranquilidade como se o ansiasse há muito. Deixa-se levar pela brisa do seu tempo frio, do seu Inverno mais branco, mais espectacular... Entre realidades conhecidas, imagens-padrão portuguesas, pessoas especiais e permanentes e momentos revividos como no antigamente, aquele espírito que se apoderou do meu ser aqui há uns meses revolta-se e pede mais. Carimba a saudade com as mais profundas linhas e cria um turbilhão de sensações incontroláveis. Este caminhar para a última etapa Erasmus quer-se lento, vagaroso, sorrateiro para o sabor ser verdadeiramente escrutinado. Quero sentir o ínfimo paladar de cada milésimo de segundo destas três semanas de Janeiro, para deixar esse mundo de multisabores cheia, "empanturrada", satisfeita. Nestes dias antes de recomeçar o fim da aventura, avisto já rostos lá deixados, sorrisos lá esquecidos, gestos lá habituais e uma lingua lá aprendida...e é com a mente plena de desejos de rever, revisitar e reviver todos esses elementos que me encontro. É uma sede de voltar que me mói e que me faz esquecer do amargo paladar que irei provar nos finais de Janeiro quando o adeus se tornar num "até sempre!".
1 comentário:
O sítio mais poderoso para guardar as coisas é em nós próprios... o Erasmus não vai acabar em ti pq tu vais fazê lo viver dentro de ti... os rostos não vão ser deixados nem os sorrisos esquecidos... Antes vão estar presentes em ti e vão viver o tempo que quiseres que eles vivam... se é a mm coisa? claro que não... Sabemos isso bem demais... Mas acabar, só acaba se quisermos...;)
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