Preciso de lutar por aquilo que vale a pena. Por mim. Para mim. No outro dia dei comigo a pensar, de nariz encostado ao vidro do 727, que há muito deixei de pensar no objectivo que me faz acordar todos os dias de manhã e querer aproveitar todos os minutos com sede de experimentar, observar, aprender e saborear, como acontecia num antes que agora não sei precisar. Preciso questionar o significado desta vida adulta, no OJE, e da profissão de jornalista. Às tantas pergunto: onde estou? para onde vou? e, sobretudo, para quê?
Afinal, o que estou eu a dar de mim naquilo que faço todos os dias? Nada, concluo. E as razões fazem fila, lideradas pela motivação. A mais fácil de ir resgatar ao molho. Falta-me paixão. Aquela que nos faz mover nos mais duros trilhos e encruzilhadas. É a maior força de um profissional, julgo. A paixão. É essa a mais-valia.
Já pensei que estou na área errada. Que não fui feita para o jornalismo. Ou que o jornalismo não foi feito para mim. Já pensei que sou má jornalista. E que nem sequer sou uma peça importante no jogo. Deve ser isto a que chamam desilusão. Custa-me sempre dizer esta palavra, porque a verdade é que não sou pessoa de criar grandes expectativas. Até levei bastante a sério o que disse o professor Nelson Traquina na primeira aula de Teoria da Notícias: "o jornalismo não é o que vocês pensam. Não é cor-de-rosa. Esqueçam esse romantismo", ou algo deste género. Foi a esta ideia que me agarrei. Mas parece que não bastou. Ou então, iludi-me a mim mesma. Falta-me encontrar o tal significado. A ignição está algures aí. Eu sei. Sinto que não pode ser apenas isto. Há algo mais. Tem de haver.
Em tom de desabafo, fazia eu hoje este mesmo discurso à pessoa que mais me tem inspirado na profissão, e de repente percebi. Estava a fazer tudo mal. Procurava no sítio errado. Entrei numa cegueira tal que me impediu de ver o óbvio e me fez esquecer o que já nascemos a aprender.
A busca é interior. Tem de partir de dentro. De mim. Para mim. Como pude arquivar este trunfo que é tão valioso e instintivo ao mesmo tempo? Agora que me lembro, aconselhei vários amigos e amigas a fazer sempre isto, a seguir sempre esta via: a interior. Como no budismo. Tudo o que queremos alcançar, está dentro de nós - nós somos a chave, o caminho e a solução.
2 comentários:
olá linda...
Desculpa a "invasão"
Só te kero dizer, em primeiro lugar, que tou cheio de saudades tuas.
Depois, achei este teu texto um pouco comovente. Não tens de te desiludir. O jornalismo pode ser mesmo cor de rosa como sempre pensaste que era, só tens de procurar bem essa face. Não te deixes embalar nessa escuridão, e luta por todos akeles ideiais com que sempre sonhaste.
Beijo grande.
o mundo é dos tontos e dos romanticos, dos q se batem ou q se ficam por ideais, o mundo é dos fieis. é teu se o tiveres dentro de ti, e tu tens.. de resto concordo contigo!
bjo
Enviar um comentário