terça-feira, 24 de abril de 2007

So little, so me

O mundo é grande. E nós somos tão pequenos dentro dele. Detalhes. Não passamos disso, ínfimos pormenores de um quadro gigante, pintado a olho. Sinto-me anã, perante a imensidão de vida que existe à minha volta.
Paro, (não) escuto e olho. Inspiro. Retenho o ar. E expiro...mas não consigo ir até ao fim. Perdura aquela desconfortável sensação no estômago. Mas depois vêm as flores, as bolinhas, as borboletas, as estrelas e o sol, que me fazem sorrir. Acalmo.
Continuo pequena, como a Alice. A diferença é que aqui não há Maravilhas, só País. Há coelhos de orelhas grandes. E relógios, muitos relógios (tic-tac, tic-tac, tic-tac...) - ensurdecedores!
Ah! Só que não estou a sonhar.
Apetece-me gritar. Engolir estes (di)sabores, recalcar a personalidade que me faz ser assim - complicada. Começo a rir (às gargalhadas). Mas ninguém ouve, porque eu persisto anã, invisível. Complexos? Não. Estou firme e confiante nos meus conceitos. A dúvida é que só interrompe quando estou (des)prevenida, alegre e descontraída. Coitados (dos outros).
Talvez a pequenez seja algo vantajosa. Porque sempre posso aproveitar o excelente lugar de observadora... que tal? Desfrutar do mundo conhecendo-lhe os contornos vistos de baixo para cima: ver o pico da montanha (e não a base), ver as nuvens, o céu, os sonhos e os desejos ao contrário. Ter outra perspectiva, para variar...
Sim. Vou continuar pequena. Talvez dê uma espreitadela aos cumes de vez em quando, mas sempre de pés assentes na terra, no mundo.
E voar?
... isso fica para depois. Quando encontrar o anjo com as asas certas.

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