domingo, 29 de março de 2009

Nacer, copular y morir?!



Fotos: Los Gatos / CA

El día está más feo que nunca. Llueve y el viento canta una melodía de invierno. Dentro del Museo del Prado hace calor. Mejor. En la exposición de Francis Bacon, la mezcla de turistas transforma el ambiente en un espacio lleno de puntos de vista culturales diferentes , con los varios idiomas - alemán, francés, inglés, español - a planear en el aire...

Los cuadros del sr. Bacon son tan intensos y (algunos) tan macabros que provocan malestar y, al mismo tiempo, una enorme voluntad de entrar en su miente y intentar percibirlo. Pero no es fácil. La complexidad de sus pensamientos se traducen en obras densas e oscuras, llenas de significados. Aún que yo no entiendo nada de Arte...

La visita termino. La lluvia siegue mordiendo las calles y los pocos paraguas de los turistas desprevenidos. Aún hay tiempo para una caña en un típico bar de tapas. Una discusión sobre las corridas de toros - a veces interrumpida por los simpáticos camareros - anima el (divertido) momento y acompaña el delicioso misto de tapas. 

Al salir de "Los Gatos", el viento me congela las manos y la nariz. La iglesia está abierta. Tenemos que entrar. Dentro, un coro que si prepara para actuar. "Queremos muchos aplausos!", dije la mujer con el pañuelo naranja. Vale. Quedamos solamente para una cancion. Cerré los ojos mientras escuchaba, tranquila. Qué paz! 

Antes de terminar la noche, aún hay tiempo para acechar la Iglesia de San Jeronimo el Real, que también está abierta (son las 23h!) e para una nueva discusión - sobre el aborto. 

Qué no, qué la vida no es solamente "nacer, copular y morir". Por cierto!

PS: Perdonenme los (posibles) errores!

sexta-feira, 27 de março de 2009

quinta-feira, 26 de março de 2009

Letras de Canções (Soltas)


Postar letras de canções é, talvez, uma cobardia. Faço-o muitas vezes é certo. Isto porque existem de facto versos que se exprimem muito melhor do que eu. As letras das canções são um bom refúgio. Isto porque podemos cantá-las sem ninguém dar conta da expressão que trazemos na voz. É tudo tão mais fácil quando podemos cantar a felicidade, a raiva, a saudade ou até a incerteza. E por isso os posts com letras de canções, soltas. Porque há quem já tenha escrito aquilo que sinto e, em jeito de verso, os sentimentos rimam entre si. Sem julgamento, crítica ou desdém. Porque a letra da canção foi escrita por um artista, dizem. E a arte esconde bem os sentimentos. É este o segredo. E quem gosta de cantar, canta ao amor. Quem ama, ama com música na voz.

Letra dos Toranja (Solta)

Era eu a convencer-te de que gostas de mim,
Tu a convenceres-te de que não é bem assim.
Era eu a mostrar-te o meu lado mais puro,
Tu a argumentares os teus inevitáveis.

Eras tu a dançares em pleno dia,
E eu encostado como quem não vê.
Eras tu a falar p'ra esconder a saudade,
E eu a esconder-me do que não se dizia.

Desviando os olhos por sentir a verdade,
Juravas a certeza da mentira,
Mas sem queimar de mais,
Sem querer extingir o que já se sabia.

Eu fugia do toque como do cheiro,
Por saber que era o fim da roupa vestida,
Que inventara no meio do escuro onde estava,
Por ver o desespero na cor que trazias.

Era eu a despir-te do que era pequeno,
Tu a puxares-me para um lado mais perto,
Onde se contam histórias que nos atam,
Ao silêncio dos lábios que nos mata.

Eras tu a ficar por não saberes partir,
E eu a rezar para que desaparecesses,
Era eu a rezar para que ficasses,
Tu a ficares enquanto saías.

Não nos tocamos enquanto saías,
Não nos tocamos enquanto saímos,
Não nos tocamos e vamos fugindo,
Porque quebramos como crianças.

É quase pecado que se deixa.
Quase pecado que se ignora.

E é tão mais fácil assim...

terça-feira, 24 de março de 2009

QV

Ontem, pela primeira vez, conduzi descalça e hoje aprendi a por ar nos pneus. Adoro o meu Quovadis. Toda a gente sabe disso!?

segunda-feira, 23 de março de 2009

Da janela do meu quarto vejo...

Um pôr-do-sol magnífico. E durante o dia, a serra de Madrid que, por esta altura, ainda está coberta de neve. Sei porque vejo!

domingo, 22 de março de 2009

Não há coincidências. Quem disse?

"Engraçado!? O meu 2 cavalos? comprei-o a um motorista lá do teu trabalho!". Esta foi talvez a primeira coincidência que não dei de facto muita importância. Depois de uma troca de poucas palavras percebi que morava ali ao lado e que até tinha uma pen igual a minha! Sim uma tinny daquelas que já ninguém usa :) pensava eu! Confesso que achei uma certa graça às primeiras coincidências materiais. Depois destas vieram as pessoais. Amigos em comum! Um dos seus grandes amigos é namorado de uma grande amiga minha! Andaram juntos na escola e tudo! Uma das suas antigas colegas de trabalho é de Minde, mas pior que isso é que o seu pai e o dela são amigos de infância! Conhece Minde e conhece bem o caminho até lá! Raras são estas pessoas! Talvez se vasculharmos bem o baú das amizades, com certeza vamos encontrar mais pessoas em comum! Mundinho pequeno este...Até o marido de uma grande amiga sua já foi meu "chefe"!
A verdade é que começo a pensar que já nos havíamos cruzado noutra vida! De certo que sim. E não sou supersticiosa. Mas há de facto pessoas e coisas que nos deixam a pensar que seguramente já fomos um outro alguém num outro mundo bem longe daqui! Mas a pior de todas, foi quando o telemóvel tocou e do outro lado alguém perguntou: " Mas o que é que o teu carro está a fazer em frente à minha casa?". Isto seria "normal" se estivéssemos em Lisboa. Uma vez que mora ao lado do meu trabalho. Mas estávamos em Vilamoura. É certo que este cantinho vip do Algarve não é tão grande quanto isso, mas estacionar o QV ao lado de casa???

Há coincidências, sim senhora. Não digam que não.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Mais neve. Mais emoções




Os planos de ir a Málaga saíram furados, mas nem por isso este fim-de-semana prolongado começou mal. Aproveitando o feriado do Dia do Pai (apenas em algumas zonas de Espanha), fui passar o dia ao campo, como dizem os madrileños. Para trás deixei uma cidade mais silenciosa e tranquila por lhe faltar os ingredientes que compõem - as pessoas -, parecida a uma Lisboa ao domingo.
A pouco mais de uma hora de carro encontrei uma serra coberta de neve, vales que se estendiam até ao horizonte e um dia diferente, que me fez recordar os tempos de escoteira. Uma longa caminhada, por trilhos de lama, neve e pedras soltas, com destino a uma lagoa que, por fim, não era mais do que um manto de neve. Ninguém se queixou por isso, já que a paisagem que se estendia à nossa frente era suficiente para ficar sem palavras. 


O sol não se escondeu um segundo e a neve continuava fresca e fofa, escorregadia e traiçoeira. As íngremes encostas pareciam colchas de algodão intactas que provocavam uma enorme vontade cair sobre elas. 

A banda sonora do momento? O som da gaita de foles!

Agora entendo...


...a euforia daqueles que me falavam das suas "férias na neve". Agora entendo o que é ficar doido por conseguir descer uma enorme montanha de neve, a uma velocidade considerável. É fenomenal! Estreei-me no snowboard, um dia apenas, e fiquei rendida a este desporto. É duro, muito duro, mas traz sensações únicas! 
Agora já entendo tudo. Tanto ouvi falar da Sierra Nevada, Andorra, dias na neve, snowboard, esqui... mas só ali consegui captar o espírito: um ambiente que borbulha adrenalina, emana boa disposição e tem sempre como pano de fundo incríveis paisagens brancas, recortadas ora pelo céu azul-paraíso, ora pelo arco-íris das roupas...
Matar saudades, levar o corpo ao limite, ser recebida de braços abertos por um novo grupo de amigos, aprender a virar e a sair das cadeiras direitinha, cair mais de mil vezes em meia dúzia de horas, falar português durante mais de 10 minutos seguidos...foi perfeito! 
Assim conheci a Sierra Nevada: com um sorriso autêntico e um brilho especial nos olhos. 

Quero repetir!


domingo, 15 de março de 2009

Belém.

Apaixonei-me por ele quando o vi descer no autocarro em Belém. Fazia sol e não corria uma brisa. Percebi que estava apaixonada quando julguei sentir o vento a passear-me por entre os pensamentos mais inoportunos. Com ele trazia apenas charme e música. Trazia a inocência de uma partitura e a proeza dos génios. E foi com isto que construí uma melodia de histórias por contar. Uma melodia de sons desiguais pautados pela distância de rumos e constantes contratempos.

Foi fácil (des)apaixonar-me. Confesso. O nosso concerto acabou também ele em Belém. Nos Jerónimos. Com sol e sem nenhuma brisa. Com fotografias a preto e branco como tem de ser. E hoje foi de novo em Belém que percebi o quão bom foi ter-me cruzado com esta paixão que, de tão louca, conseguiu não deixar marcas. Foi uma composição leve, de sons inesquecíveis e notas intocáveis.

Foi bom encontrar-te de novo. Em Belém. Com esse gosto pela vida a solo e com essa paixão pelas cordas de um destino sem traço. Foi bom sentir-te a marcar o tempo. Génio da vida. Do gosto pelo nada, porque se tem tudo nas mãos. Pela felicidade de ser e poder ser quem se quer.

Soube tão bem voltar a Belém.

sábado, 14 de março de 2009

Hoje não.


Detesto despedidas. Detesto ter de dizer "já falta pouco" ou "daqui a nada já estou aí, contigo". Hoje detestei ter de acenar adeus e ver-te ir embora. Foi tão bom, mas tão mau ter de seguir outro rumo que não o teu. Foi tão bom, mas tão curto. 

Dizes que sou forte. Mas só às vezes...e hoje não!

sexta-feira, 13 de março de 2009

A solo.

Ter um carro só com dois lugares é já meio caminho andado para me chamarem egoísta. Não dou boleia a amigos, não posso conduzir a família e quase sempre ando sozinha. A companhia ideal é a rádio e o mar. Nada mais. É certo que, quando chego a casa, tenho comigo sacos e saquinhos. Quem leva para casa? Eu, sozinha. Confesso que já conto com uma certa agilidade na distribuição dos sacos, saquinhos, mala e chaves.
Chego a casa. Não há ninguém. Só o cheiro a “minha casa” que perdura desde o primeiro dia. E sabe bem. No sofá, o meu lugar. Na mesa um prato e na casa de banho uma escova de dentes apenas. Pelo menos não ando à guerra do zapping com ninguém, nem discuto o lugar das coisas com nenhuma mente brilhante.
No outro dia de manhã, saio de casa sem ninguém a repetir “despacha-te”. Que bom! Vou à minha maneira e posso escolher entre a A5 e a Marginal. Dou-me ainda ao luxo de ouvir a rádio que quero e mudar de estação de segundo em segundo. Quando vou às compras não me prendo com a indecisão de um “não te fica muito bem...”. É tão mais fácil quando podemos escolher. A mesma coisa se passa quando vou ao supermercado. Compro sumo da Compal, Nesquick e Fairy, sem ter ninguém ao lado a perguntar “porque é que não compras produtos de marca branca?”. Ufa, “porque só gosto destes!" E ponto final.
E de novo, no regresso a casa, começo a pensar que não vai haver ninguém para me carregar com os sacos…Até não é mau, se pensar que poderia correr o risco de ouvir – “foste às compras outra vez?!”.
Parece-me que qualquer dia vou ter um problema. Dizem. De Espaço.

Mundos Mudos

Ligo directo para a caixa de correio
só para ouvir a tua voz..
Sei que é cena fora, mas todo o dia chega a hora
em que o lado esquerdo chora quando se lembra de nós..

A vida corre tranquila, cada vez menos reguila
meto guita de parte e a cabeça não vacila tanto
para minha alegria, meu espanto
pode ser que o passado fique onde deve estar..

pretérito imperfeito
já que não é mais que perfeito,
este é um presente que eu aceito,
para atingir a tranquilidade
que supostamente se atinge
com a nossa idade..

A verdade é que
a saudade do que passou
não é mais que muita..
mas por muita força que faça,
ela passa por saber que te vivi..

cada vez que ligo tento deixar mensagem
mas acabo por nunca achar a coragem necessária..
Gostava apenas (de) partilhar contigo
(o) quotidiano habitual..

Nada que se compare às correrias doutras alturas, doutros abismos..
Já que falo por eufemismos
gostava de dizer que ainda gosto bastante de ti..

A casa tá diferente,
parece digna de gente,
dá gosto sentar no sofá com a tv pela frente,
comprei uma máquina de café,
xpto, bem bonita, azul bébé.

Ocasionalmente cozinho,
e bebo o meu vinho,
esqueco o fogo que nos dava
aquele quentinho,
hoje o dia é mais à base do ar condicionado,
condicionei a tentação do clima controlado

quero que saibas que 'tou bem,
sei que tu mais ou menos
sempre gostaste de brincar
em perigosos terrenos,
e em relação a isso,
eu não sei o que fazer
e se calhar é por isso mesmo
que acabo por não dizer que

A verdade é que a saudade do que passou não é mais que muita..
mas por muita força que faça, ela passa por saber que te vivi..

Tu deste tudo
eu joguei
arrisquei
e perdi, agora

Muda o teu número eu mudei o meu
muda o teu número eu mudei o meu
muda o teu número eu mudei o meu
muda o teu mundo que eu mudei o meu

(Da Weasel. Creio que já postei esta letra uma vez)

domingo, 8 de março de 2009

...Y así es Madrid!


Fotos: CA/Sol

Uma praça cheia de vida, onde todos podemos encarnar personagens sem chocar, sem parecermos loucos. Aqui vale tudo!

sexta-feira, 6 de março de 2009

Toledo





Entre castelos, catedrais e ruelas estreitas, dentro das muralhas de uma colina sobranceira ao rio Tejo, encontrei sol, o passado, tesouros e ouro...e paisagens dignas de uma obra de arte!

quinta-feira, 5 de março de 2009

Apetecia-me.


Apetecia-me dizer que já não gosto, que já não quero e até que já não sonho. Apetecia-me pendurar os sapatos na corda e andar descalça sem medo de me magoar na areia. Apetecia-me correr sem destino, correr para lá, correr para diante, correr contigo daqui. Apetecia-me dizer que não outra vez, ou pelo menos ter oportunidade de o fazer mais uma vez. Apetecia-me despir os preconceitos e arrombar de uma vez por todas a vontade de voltar a trás. Apetecia-me deixar de gostar de chocolate e de ti. De deixar de ter sede de ontem e de saborear o amanhã. Apetecia-me voltar a ouvir a tua música e dançar sem parar. Apetecia-me fechar os olhos e esquecer-me de ti. Apetecia-me voltar ao banco da escola e olhar para o outro lado. Apetecia-me comer morangos e não desejar açucar. Apetecia-me viajar para longe. Ou para Londres. Para longe daqui. Para aquele lugar onde os momentos são eternos, onde o chão está coberto de areia e se come chocolate e morangos, sem medo.

terça-feira, 3 de março de 2009

Não queiras saber de mim

Não queiras saber de mim
Esta noite não estou cá
Quando a tristeza bate
Pior do que eu não há
Fico fora de combate
Como se chegasse ao fim
Fico abaixo do tapete
Afundado no serrim

Não queiras saber de mim
Porque eu estou que não me entendo
Dança tu que eu fico assim
Hoje não me recomendo

Mas tu pões esse vestido
E voas até ao topo
E fumas do meu cigarro
E bebes do meu copo
Mas nem isso faz sentido
Só agrava o meu estado
Quanto mais brilha a tua luz
Mais eu fico apagado

Amanhã eu sei já passa
Mas agora estou assim
Hoje perdi toda a graça
Não queiras saber de mim

Dança tu que eu fico assim
Porque eu estou que não me entendo
Não queiras saber de mim
Hoje não me recomendo

(Rui Veloso)