domingo, 30 de outubro de 2005

Uma noite em Bruxelas...


Uma grande cidade, com milhões de pessoas de todas as nacionalidades a passearem de máquina fotográfica na mão. Sem dúvida que a Grand Place é digna de todas as fotografias, e de noite então, consegue suscitar ainda mais interesse, outras particularidades. A mim mete-me medo...aqueles edifícios muito ornamentados, de cor amarelada do tempo, com todas aquelas mini-estatuetas, todas diferentes, com pedaços de ouro nas mãos...bbbrrrr, dá-me arrepios. Um estilo que me evoca um passado (que aparentemente não me diz nada), a História de um país que tenho lido nas entrelinhas dos livros sobre a Bélgica. É sem dúvida um lugar mítico...
No centro da praça, turistas, estudantes, pessoas vulgares cujo quotidiano de noite passa também por ficar sentado no chão quente daquele pequeno lugar, só a apreciar a atmosfera que o envolve. É surpreendente! Sentei-me também, para conseguir sentir a essencia da calçada e a harmonia da arquitectura...Fecho os olhos e tento imaginar mil e uma situações diferentes. Tento abstrair-me das conversas que me chegam aos ouvidos, da Maria João que está de pé à minha frente...voo um pouco mais alto e tento tocar numa estrela, devagarinho. O sorriso não me sai da cara, nem por um segundo e penso "estou realmente feliz hoje". Arrepios de novo, quando abro os olhos e me vejo confrontada por todo aquele círculo de monumentos imponentes, que me metem medo e me fascinam ao mesmo tempo.
Bem, mas as amigas espanholas do Ives chegaram e todos temos fome. Restaurante espanhol, com um ambiente porreiro e uma decoração muito engraçada. Tapas?Corei quando a Maria João me perguntou."Não, não conheço..."Provei e gostei.
Rendez-vous com os "germanophones" na Grand Place. E lá voltei eu, àquele lugar que me causa tantas sensações. Nove e meia da noite e continuava cheia de gente, máquinas fotográficas, o chão continuava coberto de corpos sentados, animados, grupos de amigos, namorados, mochilas,etc... Enontrei-os de imediato.
Onde vamos? Esta seria a questão que nos iria inquietar durante toda a noite. O desejo era descobrir a noite em Bruxelas, para fugir um pouco à rotina de Louvain-la-Neuve. E lá estavamos nós, contentes e ansiosos por começar. Começamos por um barzinho com um nome peculiar, que retive desde logo, não sei bem porquê (fez-me rir muito quando o li...enfim...não percebo porquê, estava bem disposta, só isso!): Mezzo Rhum Rhum. Olhamos para o menu e alguém disse: vamos embora, é muito caro. Siga! IrishBar, cheio de gente, sem mesa no interior. Ficámos na esplanada (sim porque até o tempo se aliou a nós, estava uma das melhores noites que já tive aqui. Sem frio, sem vento...uma temperatura excelente!). Umas cervejas, conversas cruzadas (em alemão!!!!Sim, porque convém dizer que eu era a única que não falava alemão. Todos fazem um esforço para falar francês por causa de mim...é uma situação sempre meio estranha, mas nem o facto de estar rodeada de estranhos a falar uma lingua que não entendo me roubou o sorriso e a boa-disposição). A voz de grupo despertou e levou-nos a outro bar, que a Marie Helene (amiga belga da Marren) sugeriu. 2000 mil marcas de cervejas diferentes, de todos os países (menos Portugal, mas até isso o meu humor perdoou). Eu provei de morango (que delícia!), outros de Banana, Chocolate e também a cerveja tradicional. Passou-se um bom bocado.
A Maria João juntou-se a nós, cansadita mas feliz. A partir daí estivemos juntas até ao final da noite.
Quando mudavamos de bar, era sempre uma aventura. Eramos muitos e havia sempre muita gente na rua. Pessoas estranhas, com um aspecto duvidoso. Raparigas mal vestidas ou excessivamente chiques, o que as tornava completamente rídiculas, a juntar à sua aparência de 14 anos. Rapazes, piropos, rapazes, mais piropos...nada que não haja em Lisboa, mas acho o ambiente em Bruxelas muito mau.
Entramos no único bar/discoteca onde nos deixaram entrar de graça. Estava cheio. A música era antiga, muitos clássicos que nos fizeram cantar e dançar. Eu não estava minimamente cansada, incrível. Dansei, moderadamente, sempre com um sorriso nos lábios, até às 5h30 da manhã (6h30 da hora antiga), hora em que fomos embora para apanhar o comboio. Os outros regressaram mais cedo, tinham carro, mas eu e a Maria João tinhamos que ir de comboio e felizmente, o Thomas e os seus amigos também. Fomos todos juntos, eles muito bêbedos e nós as duas totalmente lúcidas, conscientes, cansadas e felizes. O comboio é só às 6h40. Eles adormecem nas escadas da estação. Apanhamos o comboio, mudamos em Ottignies e chegamos a Louvain-la-Neuve por volta das 7h15. Despedimo-nos, entro em casa. Durmo...demais.
Uma noite feliz. Estranha, mas feliz.
...
*Caricas*

sábado, 29 de outubro de 2005

Em Girona...


Cidade engraçada..fria...há muito mais em Barcelona do que a Praça Catalunha e as Ramblas :) *

terça-feira, 25 de outubro de 2005

Ela faz-me acreditar


Ela faz-me acreditar que, apesar de sozinhas, temos sempre alguém que olha por nós,
Ela faz-me acreditar que, mesmo quando não encontramos luz, existe sempre um sol algures para nos iluminar...
Ela faz-me acreditar que o ser humano não tem limites, e que a dor mais profunda pode ser acolhida com um sorriso! Ela ensinou-me que mesmo quando tudo parece perdido, as nossas forças mais potentes renascem e apoderam-se no nosso corpo e fazem-nos continuar.E que as lágrimas mais amargas podem ser engolidas com um doce sabor, porque são de saudade e de amor.
Ela ensinou-me que todas as pessoas têm um lado bom e que é esse lado bom que devemos considerar como o verdadeiro. Ela ensinou-me que se deve perdoar mesmo quando o coração está ferido e fragilizado.
Ao conhecê-la, coloquei muita coisa em questão: ela fez-me ver um outro lado da vida, um outro ponto de vista sobre o mundo...onde os "sempre" e os "nunca" são subjectivos.
Um mundo onde o destino traça o nosso caminho. Ela fez-me entender que isso pode realmente acontecer e que os contornos do quotidiano se tornam muito mais interessantes quando damos conta dos pequenos pormenores subtis de um dia aparentemente normal e dos sinais especiais que podemos absorver do contacto com os outros. É realmente fascinante pensar assim...

Ela faz-me acreditar que lutamos porque queremos sempre mais e que conseguimos sempre mais...
Ela faz-me acreditar que viver é sentir, descobrir, experimentar, tocar, pensar, fazer...viver é, no fundo, estar em sintonia com o movimento das coisas, a dinâmica do mundo!!

Ela faz-me acreditar que tudo é possível...

São pessoas como ela que me fazem acreditar que o mundo será sempre um bom lugar para viver e que a vida é uma efemeridade tão ridicula que se não a aproveitarmos com o máximo das nossas forças, nunca saberemos o que é realmente ser feliz. É ela que me faz acreditar que ainda existem pessoas com carácter e dedicação aos outros.

Ela marcou-me para sempre. Ela demarcou-se de todas as pessoas com quem eu já me cruzei ao longo da vida.
Ela é, para mim, um hino à coragem!

Obrigado por seres quem és e por teres aparecido na minha vida, Maria João.
Adoro-te...
*Caricas*

segunda-feira, 24 de outubro de 2005

3,2,1...Acção!


As coisas na UPF começam a apertar..Fotografia e Práticas de platô e exterior começam a ser uma rotina. Começa aos poucos a delinear o que quero para mim. A àrea do audiovisual começa a ser uma hipótese...o jornalismo aqui foi esquecido, começo a tomar o gosto por esta nova arte de criar, montar, revelar, editar..bem longe da realidade da FCSH. As aulas de fotografia são sempre um desafio..no escuro durante mais de tres horas..parece um mundo diferente..fotografias a preto e branco é o objectivo! Fechada na camara escura com a tugazinha o rolo começa a ganhar forma e aos poucos, depois de 1001 tipos de banhos e àcidos diferentes..as fotos começam a surgir..
No platô, as coisas são diferentes..o stress é maior, os guiões vão surgindo e aos poucos surgem pequenas práticas às quais no fim todos aplaudem. passei por ajudante de realização, por camera-man..gosto dos meus papéis..mas não é de todo fácil..a UPF já leva um avanço..*

quinta-feira, 13 de outubro de 2005

BTV..uma experiencia nova :)

Bem..para começar não foi mau..Cheguei à redacção, com as pernas a tremer..tinha estado a ler o texto durante o caminho no metro. Estava segura, tinha o teleponto para me ajudar:) Maquilhagem, cabelo na plancha...5 e acção..."Bom dia, sejam bem vindos a mais um infoidiomas português". Foi assim que começei..Enganei me algumas vezes, o normal..meia hora depois estava cá fora..parecia que não tinha sido comigo. apenas uma grande quantidade de maquilhagem me denunciava..quando regressei de metro, quase tinha a sensação que as pessoas me iam reconhecer..uma estrelinha..
Bem a BTV será agora o sitio onde vou poder brilhar nos proximos seis meses..uma semana eu..uma semana a tugazinha (que também brilha muito e bem:))..Barcelona TV, aos sabados e domingos de manha:) "Nos voltamos para a semana com mais novidades lusitanas"*

domingo, 2 de outubro de 2005

Ça me fait réfléchir


Louvain-la-Neuve, a minha pequena vila... é realmente magnífico ver tantos estudantes concentrados num tão pequeno pedaço de terra (acho que nem Coimbra tem este espírito!). As festas são todos os dias e a música ouve-se na rua até às 3 da manhã. Os baptizados universitários fazem-me rir, mas para os caloiros não dá piada nenhuma. Quase todos os baptismos e praxes metem cerveja, senão todos mesmo. E eu, que já estou no último ano do meu curso…fico com uma impressão tão estranha quando penso que ao voltar a Portugal, começarei a última recta para ser licenciada!
Os pensamentos andam todos os dias a deambular na minha cabeça, sobre todo o tipo de assunto: as relações, as amizades, as saudades, a profissão, tudo ganha um contorno mais profundo e importante neste momento. Até agora já consegui chegar a algumas conclusões, que não sei se serão definitivas. Cada vez mais o “fazer” jornalismo se afasta do meu verdadeiro interesse e é nas outras ciências humanas (olhar da sociologia, psicologia, filosofia, antropologia) que encontro interesse, assim como no estudo dos média, no estudo da comunicação e menos nas técnicas de fazer passar determinada informação. Mas este é um processo mental que ainda estou a construir e que vai ser longo antes de saber verdadeiramente o que quero.

*Caricas*