quinta-feira, 26 de junho de 2008

Porto (in)seguro


A minha vida já deu muitas voltas, mas chega a uma altura que regressa sempre ao que sinto ser o porto seguro, ao que faz mais sentido. Parece um ciclo. Uma história com "início, meio e fim", que apresenta o mesmo elemento comum.

Não são raras as vezes que penso nos últimos meses ou anos como um déjà vu enorme, que repete o passado mais remoto. Pode não ser nas mesmas circunstâncias, nem com as mesmas pessoas, mas o princípio está lá, de novo. Um bis em forma de vozinha que vive na consciência.

O meu pai chamar-lhe-ia "cair no mesmo erro". Eu julgo que existe uma força qualquer que me impele a completar a caminhada ali.A descobrir o mundo, chafurdar no desconhecido, voar para longe, cantar outras melodias, e depois voltar, aos poucos, para a almofada já modelada, para o confortável ninho do familiar, do já explorado.

No final, somos só nós em tempos diferentes, em dimensões paralelas, que nos reencontramos e desencontramos ao sabor da vida. Talvez seja essa a explicação.

Mas por mais voltas que a minha vida dê, sei ao certo quais as caras que vou encontrar vezes sem conta. Conheço os sorrisos que permanecem lá, para lhes pegar e levar de baixo do braço em mais uma volta. É matemático.

Ou nem tanto. No meio de tudo existe, claro, espaço para desilusões. E tenho aprendido que as surpresas podem vir dos lugares que julgámos mais nossos, de braços que não ousámos nunca pensar que nos falhariam...

Mas a vida dá muitas voltas.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Mexam-me estes cus que nós temos jantar das amigas!

O burburinho começou logo nos primeiros dias da semana...Jantar das Amigas!!!Finalmente íamos conseguir reunir de novo os nossos sorrisos e segredos. Há quanto tempo...Uma espécie de suspanse brilhava nos nossos olhos. Desta vez seria em casa da L. Aliás da L. e do C. Ousámos pensar que, por ventura, estaríamos a envadir um espaço que era dos dois e que talvez fosse melhor marcar num restaurante do costume, sem mais. Não! Pensámos em distrair o noivo, enquanto jantámos à luz da amizade. Quaríamos tanto fazer o "jantar das amigas" num sítio especial que nada mais especial que o ninho dos "trigueirinhos".

Horas combinadas, ponto de encontro definido e mandámos para trás das costas o furor do Portugal-Alemanha. Metemos no trânsito, entre os buzinões e a azáfama do fim de tarde em Lisboa e rimos, rimos, até ao primeiro golo.

Esperava-nos uma receita caseira, preparada pela astúcia da mais recente dona de casa desesperada. "Tenho o coração a bater, estão em minha casa". Bem-vindas. Foi, de facto, especial. É certo que já tínhamos feito almoço na casa da carolina, já visitámos a casa da nês e todas já dormiram na minha. Mas desta vez o toque era tão especial. A casa é grande, desenhada para dois e quase a pensar em três. Tão doce. Na entrada o toque colorido da L. Na sala, a tradição e a sobriedade do C. Como que uma melodia a duas mãos.

Saboreámos a alegria de estarmos juntas outra vez entre o amargo do relato televisivo. Até que Postiga apimentou o tempero das emoções. Mas nada a fazer "Adeus Euro". Mas entre a saída de Scolari, entrou na mesa a sobremesa mais doce de todas - Strudel de maçã e morango do ACSantos. A sobremesa das amigas. A favorita para adocicar as nossas confissões, amores e desamores.

Acho que chegámos à conclusão que estávamos todas apaixonadas. Qual "Sexo e a Cidade". Uma casa-se, a outra continua a sonhar, outra aterefada com trabalho e outra continua maluca por sexo. Rimos à gargalhada enquanto definíamos os papéis. Os mesmos de sempre.
Desta vez não tirámos fotografia a quatro. Não marcámos o próximo. Mas ai de quem ousar pensar que a tradição não se vai manter. São as contigências da vida de adulto em forma de adolescente.

A L. vai casar é certo. A Kikas está à procura de um lugar na TV. A Nês até já fica em Hoteis enquanto está em formação. Que crescidas, pensamos. Mas a verdade é que se vissem a L. a gritar no trânsito - Mexam-me estes cus que nós temos jantar das amigas! - perceberiam que um quê de loucura ainda nos resta :)

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Votos e comentários precisam-se!

Pessoal, agora é que é:

O meu vídeo já está online!!!!! É a minha apresentação e aviso já que está muito fraquita.
Peço-vos, por isso, as minhas desculpas, mas ainda preciso de muito treino em frente da câmara!



De qualquer forma, comentem MUITO, pois parece que serão os comentários que decidirão os finalistas. Quem não conseguir comentar, vote. MUITO!

Aqui vai o link:

http://videos.sapo.pt/qkJPc5TAlwckKJY9gRmB

Os outros vídeos virão em breve.

Estejam atentos!

terça-feira, 17 de junho de 2008

Feel the beat, feel the difference!


Queridos leitores,

Inscrevi-me num concurso para ser apresentadora de um pequeno programa online, da Sapo, chamado Beat Generation. Pois é, ando a tentar a minha sorte longe das páginas cinzentas dos jornais, a ver se me entendo bem com a câmara. Basicamente, sou eu a fazer figuras tristes e a dizer parvoíces.

Brincadeira ou não, vou deixar-vos aqui o site para poderem acompanhar a fase de selecção e votarem nos meus vídeos.


Neste momento somos oito finalistas. Cada um fez um vídeo de apresentação - o primeiro a ser divulgado no site - e duas reportagens livres, que estarão a votação para decidir o(s) finalista(s).


Portanto, toca a decorar o site http://beatgeneration.sapo.pt e a votar nos meus vídeos!!! (basta clicar nas estrelas do lado direito do vídeo...esperar pela frase "votação aceite" e voltar a votar, e outra vez, e mais uma vez, e muuuitaaas vezes até eu ganhar! :)


Vou mostrando todo o desenvolvimento do processo aqui no blog e à medida que aparecerem vídeos meus no site, deixarei aqui o link. Votem, deixem comentários simpáticos, vejam muitas vezes...
Aqui têm o vídeo de apresentação do programa e algumas passagens do casting:
Aqui têm um excerto do meu casting (Aviso importante: obrigatório rir!)

Conto com a vossa ajuda!
Ah! Todas as críticas, sugestões, conselhos, dicas são benvindas.

Espero estar à altura!

:)

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Pessoas que não quero na minha vida

Talvez seja ousadia pensar que podem existir pessoas que não quero na minha vida. Aquelas das quais não queremos nem sequer ter o número de telefone ou saber onde moram. Talvez seja descabido pensar que podemos de alguma forma riscar da lista de memórias esta ou aquela personagem. Talvez seja, quem sabe, improvável a vontade de reescrever a história das nossas vidas ou até o final desta ou daquele episódio.

O certo é que essas pessoas existem. Ou não deviam sequer existir. Temo haver duas ou três na minha história. Queria de alguma forma poder apagar o nome das recordações ou o rancor que deixaram ficar. Queria poder apagar o cheiro que deixaram na minha casa, as palavras escritas nos cadernos da escola ou até as fotografias penduradas no placard. Queria pedir ao vento que levasse tudo para lado nenhum e que não trouxesse notícias. Não queria sequer pensar que um dia abri a porta e deixei passar um sorriso ou uma palavra doce.

Julgo que quando crescemos a lista de indesejáveis aumenta. Ou pelo menos a tendência é encaixar os demais (ou a mais) nesta lista de "Inúteis para crescer". Talvez seja mesmo esta definição correcta - inúteis.

O pensamento parece-me lógico, quando penso nas pessoas que não quero na minha vida. Não são muitas, porque o rancor ocupa demasiado espaço no coração. Mas das que ficaram nesse iceberg, o voto é unânime: não quero. Não quero nem ouvir a voz. Não quero ter o nr. ou saber por onde andam. Prefiro julgá-las perdidas. E de preferência que eu tenha de alguma forma contribuído para essa perda. Que tenha perdido a direcção ou o alento.

Tudo é tão mais fácil quando inventamos categorias para quem não temos a certeza do que sentimos.

domingo, 8 de junho de 2008

Como um pássaro

Como um pássaro que vai
Quando uma porta se abre
Não olhes para trás e vai depressa
Como a noite quando cai

Abraçando a cidade
Deixa simplesmente que aconteça
Abre as asas e vai
Das tuas asas as minhas também
Abre as asas, eu fico bem

Como um barco que se afasta
De uma das margens do rio
Não há um só lado na vida
Quando um beijo já basta
Corpo quente em corpo frio
Deixa que aconteça a despedida

Abre as asas e vai
Das tuas asas as minhas também
Abre as asas , eu fico bem

E que a despedida
Seja só o recomeço
Livre asa solta
Voa alto, eu não te esqueço

Abre as asas e vai
Das tuas asas as minhas também
Abre as asas , eu fico bem...

(Polo Norte 2008)

quinta-feira, 5 de junho de 2008


Vamos ver juntas? Vamos, vamos, vamos? :)

A sorte num grão de areia

Julguei ter encontrado a sorte num grão de areia. Naquele grão de areia bafejado pelo talento dos génios e pelo fortúnio da coragem e desmesura. Naquela voz interessante e pensamentos longínquos. Na suavidade dos gestos e na simplicidade dos amores. Naquela sede doentia de mais e mais.

Um aperto leva-me o chão debaixo dos pés e a destreza nas palavras. Leva-me a sorte de ter encontrado um grão de areia, a fugir-me por entre os dedos. Vou deixar fugir e pedir. baixinho. para voltar depressa.