domingo, 4 de dezembro de 2011

Voltámos.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

É pior.

Os ódios de estimação crescem como os outros, ou talvez um bocadinho mais. Vão amadurecendo com o tempo e comem-nos a cada dia que passa. Tenho poucos, é certo. Mas existem. Há dias em que de tão maduros que estão, quase que nos sufocam e atravessam o corpo. A mim dá-me para engolir a seco e pedir com todas as minhas forças que desapareça depressa. Faz-me comichão debaixo da língua e um ligeiro ardor na ponto dos dedos. Fico calada com medo que me saia o temperamento hostil e começo a bater o pé. Os ódios de estimação são assim mesmo, de estimação. Porque os alimentamos e deixamos que se arrastem. Com ironia e desapego. Com a esperança de que no outro dia já não morem aqui. Os ódios de estimação não cabem em mim e por isso mesmo às vezes levo-os para casa. E é pior. Muito pior.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Vamos aos Porto!

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O meu amor de Outono.

O meu amor de Outono gosta de pisar as folhas secas. Gosta de sentir o cheiro da terra molhada pelos primeiros pingos de chuva. O meu amor de Outono gosta de sentir o ar fresco nos finais da tarde amena, enquanto falamos sobre o próximo destino de Verão. Sabe-lhe bem o café rodeado de uma bolacha e um abraço. É guloso. E doce. Gostamos de sentir os cheiros a castanhas enquanto passeamos de mão dada e sentimos o por do sol do outro lado do rio. Enquanto a praia se despede dos últimos amantes da estação. O meu amor de Outono delicia-se com o cheiro da fogueira acabada de atear e do estalar da grelha, no churrasco de final de tarde. gostamos de caipirinhas e foi assim que nos apaixonámos. Entre um brinde. Era também um final de tarde, no início da estação das árvores de folha caduca. Daí às margens do rio, à sombra da Ponte do Freixo foi um abrir e fechar de olhos. O meu amor de Outono sussurava que não se queria apaixonar. Entre um beijo roubado e uma promessa por cumprir. Mas o Outono é assim mesmo. O verde dá lugar aos tons terra. E as àrvores perdem as folhas e preparam-se para dias mais frios. E assim foi. As borboletas na barriga deram lugar ao amor. E perdemos o medo de dizer "gosto de ti".

A ausência.

Tenho saudades de escrever. De sentir as palavras e a inspiração na ponta dos dedos. Ultimamente as palavras não me têm saído tanto quanto ousaria querer, talvez por pirraça ou porque simplesmente já não existe lugar para elas. Porque o verbo deu lugar às pessoas e aos momentos. Há dias em que sinto as frases a correr e imagino entoações e metáforas que depois não devolvo às letras e aos sentimentos. Outros dias em que me sinto seca e sem o dom da escrita. Parece que se foi. A paixão arrebatadora já não me incita a escrever e longe vão os dias do "e se...". Talvez as palavras tenham dado o lugar cativo a sentimentos nobres como o amor e a serenidade. O turbilhão de sentimentos desordenados já não gera frases soltas e privadas. Já não existe. Hoje tudo é melhor. E por isso mesmo já não escrevo sobre o pior, o ontem e o "foi assim". Talvez seja uma ilusão pensar que tudo isso ficou para trás. O tempo não me responde a essa pergunta e também faço questão de não perguntar. Tenho deixado os dias e as coisas boas passarem por aqui. Afinal os dias são felizes e existem tantas coisas boas que me fazem sentir sem palavras, como se estivesse cheia de qualquer coisa que não se repete. Não vem nos livros, poemas ou histórias de encantar. Existe. E eu não sabia.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Coisas.

As obras já vão a meio. A casa de banho está quase e vão começar as pinturas.

A afilhada tem um cabelão. Já está em casa e até fico de lágrima no olho a ver as fotos do meu irmão a dar-lhe o biberão.

Estamos quase a meio de Setembro e por um lado gostava que ainda estivessemos em Julho e por outro gostava que já estivessemos no Natal. Confuso? Sim, é verdade.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Conspiração das boas.

Acho justo dizer que ontem as forças do universo conspiraram para um dia bom.
Se a notícia de que as obras começaram mesmo me deixou feliz da vida, a notícia de que a afilhada se apressou e chegou mais cedo bateu tudo.
Bem-vinda Emma. Tens muita gente a adorar-te. E os padrinhos estão em pulgas para te conhecer.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Dia O.

E o dia O (de obras) foi mesmo hoje!
Já começaram!
Ieeiii

domingo, 4 de setembro de 2011

É amanhã.

Figas, muitas figas.
Diz que as obras começam amanhã.
Figas, muitas figas.



sexta-feira, 26 de agosto de 2011

A coisa vai. Devagar mas vai.

Ou há-de ir... Já recebemos os materiais para a casa de banho. Temos uma banheira estacionada no meio da sala. Ao lado a sanita e encostadas à parede estão as caixas das cerâmicas. "Têm de ficar ao alto e encostadas à parede, senão partem. É que a parede é mais macia que o chão", dizia o senhor que nos veio trazer o material. E lá ficaram sogadinhas. Sim, porque afinal as obras não começam para a semana. E não devem durar só duas semanas. "Se eu lhe dissesse que demorava mais, que vai demorar, você não me adjudicava a obra. E eu sou honesto com as pessoas" (ah, certo).
De maneiras que ainda vamos ficar aqui no T1 maravilha no próximo mês. Mudança só no final do próximo mês.
E eu a gastar os dias de férias para fazer limpezas que afinal ainda não podem ser feitas e, pior, a pagarmos duas casas. Um grande buuu para as obras.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Não querendo deitar foguetes antes da festa

Já entregámos a obra, já escolhemos os azulejos e chão e as loiças. E a loja onde vamos comprar (acho que) também - amanhã logo se ouve dizer.
Agora as cores da casa... Vai tudo corrido a branco puro ou apostamos em juntar um camélia, nuvem ou branco sonho?
É a questão do momento.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

É oficial

Estou quase pelos cabelos com azulejos - revestimento, pavimento, rectificado, natural, semi-polido, ... -, banheiras - porque raio não há de 175cm (baratinhas)? -, sanitas - suspensa, compacta, normal, tanque interno ou não -, móveis e lavatórios e afins.
Senhores do Bricor, vamos lá organizar melhor esta vossa secção sim? Ganhamos todos, sério.
Senhores das cerâmicas, e baixar um bocado o valor do m2? Era tão bom.
Amanhã, nova ronda para nos decidirmos.
As cores foram decididas ontem - branco e cinzento - mas a ver pelas milhentas amostras que vimos hoje, nada é definitivo.
Ahhh, tão bom fazer obras.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Notas soltas

* Tenho trabalhado que me desunho.

* Gosto mto do Baba e das meninas do Baba.

* Sim, a Estrelinha tem razão, estamos a deixar o Baba secar. Temos de contrariar. É um projecto bonito com história e merece mais histórias, mais confidências e mais notícias felizes.

* Sim, as amigas tiveram o fds das amigas e foi muito bom (não vou contar com a queimadura à monte Evareste nas costas).

* Sim, comprámos casa nova(ieeeeiiiii). E apesar de estarmos a fazer contas à vida com as obras, estamos felizes. Este T2 vai ser o nosso cantinho feliz.

* E vou hoje de férias, rumo ao Algarve uma semana. Boas férias para mim.


p.s.: A Branca de Neve promete voltar na semana que vem, quanto mais não seja para partilhar as angústias com os azulejos e as loiças e as máquinas e as tintas e as torneiras e mais qualquer coisa.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O B.A.B.A. está a secar.

Talvez a inspiração esteja a ir-se com os dias atribulados e o dia-a-dia “normal”. As amigas já não escrevem e eu também não. Os dias ultrapassam os dias e as palavras escapam entre os dedos. Ou porque o dia no trabalho não deixou um espacinho para a escrita ou porque à noite, em casa, já não nos apetece ligar de novo o computador. De repente, desapareceram os desabafos, as confissões e até os “porque sim”. Nas linhas do B.A.B.A. já não se lêem sonhos nem se comentam paixões. “Esta é a vida dos crescidos”, ouve dizer-se por aí. Lembro-me do dia em que o inventámos. Durante dias a fio este foi o nosso diário, o nosso mural. As frases soltas, muitas vezes sem aparente significado, foram vezes sem conta o mote para grandes conquistas. Aqui escrevemos um dia os grandes amores, os lugares secretos, a primeira casa e as emoções à flor da pele. Custa-me crer que o jeito para as palavras tenha seguido outro caminho. EU, já não escrevo na agenda e mal me lembro do que aconteceu na semana passada. Não porque esteja esquecida, acho. Mas porque o jeito de lidar com as palavras foi substituído pelo jeito de lidar com a vida. Talvez porque encontrei o verdadeiro significado dos gestos, sem serem necessárias palavras anexas para justificar o que quer que seja.

[…]

A N. vai ter uma casa nova, a dois. A K. também. A L. está em Londres. E eu, nós, temos uma Bimby.

[…]

Tivemos fim-de-semana das amigas. Praia, muita praia. Com direito a lancheira e corta- vento, à moda antiga. Tivemos ritmos de salsa e kizomba e um pequeno almoço de rainhas. A N. regressou ao Porto. A L. foi matar saudades e a K. tinha uma entrevista.

[…]

O B.A.B.A. está a secar.

[…]

E nós a amadurecer.

terça-feira, 21 de junho de 2011

O meu amor de Verão II.

O meu amor de Verão tem os olhos verdes e calça havainas. Continua a não gastar nem muitas palavras nem muitos sonhos. Mas de um Verão ao outro sonhámos e realizámos muitas conquistas. O meu amor conquistou-me. Com o jeito e com as poucas palavras. Com as torradas pela manhã e com o susurro antes de dormir. Com ele o Verão ganhou cor e a praia diante de casa parece um paraíso. Com ele a fruta sabe melhor e os dias cinzentos custam menos a passar. Tem brilho nos olhos e no sorriso. E gosto tanto daquele brilho quando fecha a porta e já não volta a sair. O meu amor de Verão gosta de sardinhadas e dois dedos de conversa. Gosto de vê-lo a atear as brasas e gritar "cuidado" com medo que se queime. Quero-o por perto. Enquanto escutamos a rádio e cantamos sem nos ouvirmos. Quero-o comigo. A certeza é única. Porque gosto dele. Porque sabe bem estar no sofá, à mesa, a dois, entre amigos e em viagem. Gosto de passear com ele. Aqui e ali. E porque é Verão, roubámos cerejas e deixámo-nos deliciar com uma boa garrafa de vinho. Gostamos da vida e das coisas boas. e ultrapassamos as más, a dois. Não porque tem de ser, mas porqué é tão melhor assim. O meu amor deste Verão é a minha estação favorita. Porque faz o sol brilhar e o cheiro a mar está cada vez mais perto.

Descanso bom.

Férias a dois. Espécie-de-brunch-bom todos os dias. Sumo de laranja natural. Ronha. Levantar a partir das 11h. Cenouras do Algarve. Filmes. Vento desgraçado. Sol. Protector e mais protector. Poker. Livro. Piscina. Suaves marcas do biquini. Beijos e outras cenas boas.

Gosto.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Amanhã aqui.

Nos próximos dias vou estar aqui. Para dizer a verdade, acho que nunca saí de lá. Passear nas Ramblas, ler um livro Porto, comer tapas e respirar a cidade. Sobra ainda tempo para deambular no bairro gótico, parar para comer um crepe na esquina orta del Angel e sentar-me no cume do Parque Guell a ver o tempo passar. Já passaram 5 anos. E nada muda.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Sushibaby

Amo-te mais
Água que as torneiras
Amo-te muito mais alto que as nuvens
Amo-te mais
Vento que as tempestades
Amo-te mais...

Amo-te mais
Palavras que um livro
Amo-te muito mais noites que o verão
Amo-te mais
Longe do que o Japão
Amo-te mais, mais...

Aprendi a gostar destas palavras cantadas contigo. E gosto de ti assim, mais alto que as nuvens :)

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Os dois.

É melhor.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Isto.

"Isto somos nós a crescer.
Só pode ser bom."

Sim, concordo. :)


* esperam-se desenvolvimentos para breve. Dos bons, espero eu.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

O Re-Encontro.

Quando olhei de relance, não o reconheci. Estava de máquina fotográfica ao peito e mantia a mesma postura alinhada de antes. Os anos teriam passado por ele certamente, mas o olhar dizia-me bem mais que a incerteza. O sorriso era discreto, mas a firmeza dos passos transmitia, de longe, sucesso e preserverança. Rapidamente as memórias se transformaram em imagens claras e dei comigo sentada na sala de espera do Consultório do Dr. O. Os sofás, castanhos e de canto, aturavam-me tardes inteiras, bem como a recepcionista, a quem perguntava de 5 em 5 minutos se "ainda faltava muito?". Recordo-me do caminho para Coimbra e das noites mal dormidas, enquanto sonhava que ia ao pediatra. Talvez tenham existido vezes em que inventei um espirro ou uma dor de garganta para poder ir até lá. Já sabia que ao entrar me tinha de descalçar e saltar para a maca - "Upa!". Ao redor imagens de crianças e bonecada faziam as minhas delícias. O pai e a mãe, e depois a mana, sabiam que ia ser difícil arrancar-me dali. Não me lembro de como foi o último adeus. Nem com que idade. Sei que lhe escrevi cartas e postais, re-inventando os anos e, teimando, que os anos não passassem. Natal, Páscoa e "porque sim's" eram suficientes para passar para o papel o dia-a-dia de uma "adolescente que já não tem idade para ir ao pediatra".
Com o tempo, desvaneceu-se a escrita, mas não as saudades. Ainda consegui aproveitar alguns dos ensinamentos e palavras sábias, durante as consultas da mana. Mas talvez tenham passado 10 anos, desde a última consulta.

No Sábado, voltei a encontrá-lo. O nome estava na lista de presenças e o receio de que ele não viesse fez com que perguntasse à organização se tinha mesma a certeza que ele viria - "sim, sim". E sim, re-encontrámo-nos. Ele lembrava-se do meu nome e, quando sorriu, foi como que um concretizar de um sonho. Tantas foram as vezes que perguntei por ele, pensei em telefonar ou até mesmo escrever. O receio de parecer "careta" foi mais forte. Como dizem alguns - "Ninguém se lembra do pediatra!".

Pois eu lembrava-me do nome, do bigode, da cor, do olhar e da voz. Ouso até dizer que talvez o perfume é o mesmo. Ficaram tantas e tantas coisas por perguntar. Que agora tenho a certeza que o receio patético já não vai permitir deixar fugir a memória. Já trocámos endereços de e-mail e já o adicionei no FB. Assim vou poder perguntar-lhe como tem sido a vida para além do consultório e tentar, um dia, visitá-lo em Coimbra.

Toda a gente sabe que tenho três desejos desde a idade "pediátrica" - tocar bateria (já fiz aulas de percussão); fazer um piercing (hoje já fechou) e ter uma mota (talvez depois dos 30, quando tiver uma casa com garagem). Bem, hoje tenho a certeza afinal eram quatro. Todos estes e mais um: re-encontrar o Dr. O. Porque a alegria foi tão imensa que só pode ter sido o concretizar de um sonho de infância. Obrigada Dr. O.

domingo, 3 de abril de 2011

Brunch H4






noite. chinês. unhas. so you think you can dance. sono. recordações. mar. dia. ponto de encontro. ovos mexidos. croissants. sabores. gargalhadas. ementas recheadas. partilhas. abraços. conversas. confidências. doces. Chiado. eléctrico. sol. fotografias. favoritos. novidades. Belém. cores. cenários. sonhos. mais fotos. caretas. risos. pastéis. canela. para levar. sorrisos. regresso. despedida. momentos!

sexta-feira, 4 de março de 2011

27 x 27

Quando era mais pequena achava graça à expressão "casar os anos" e pensava para mim "fogo, ainda me falta uma data de anos para casar os meus".
Bem, meus amigos, os anos passaram... E, creio eu, bem mais rápido do que eu suponha na altura.
"Quero ter filhos aos 23 anos", era outra das pérolas que dizia quando era mais pequena. Agora, sorrio a pensar que "só depois dos 30, só depois..."
É que aos 27 sinto que ainda tenho muita coisa para fazer, muita coisa para aprender. Mas é muito bom parar, olhar para trás e ver o que já aprendei e o que já vivi, olhar para os lados e vermos o que temos, quem temos e o que somos, e olhar para a frente com expectativa e sonhar com coisas boas. Eu gosto de coisas boas. E quero muito um ano cheio delas. Afinal só se casa os anos uma vez na vida.
P.S. - sim, nos meus anos trouxe uma máquina fotográfica sem bateria e, imagine-se, sem carregador. Por isso, Gar e Xana, quando puderem passem-me as fotos que conseguiram tirar sim? Muito agradecida :)

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O meu amor de Paris.

O meu amor de Paris gosta de crepes com chocolate e do quente dos aquecedores dos cafés parisienses. Gosta de ter as mãos e o coração quente. Gosta pouco de falar francês, mas recorda com um sorriso nos lábios os diálogos do "Fabuloso destino de Amélie". Gosta de tirar fotografias e registar todas as esquinas e recantos da cidade da luz. O meu amor de Paris tem as mãos quentes. E abraça-me quando o vento sopra frio e as nuvens ameaçam chover. Gosta das minhas botas rosa-choque e do meu gorro da neve. Gosta de espreitar as montras e olhar os menus. O meu amor de Paris gosta de Nutela. E gostava de saber mais sobre a história daquele metro que nos levou daqui para ali. Eu gosto dele. E gostava de saber mais sobre a história da Catedral de Notre Dâme. O meu amor de Paris gosta de passear de mochila às costas e cachecol bem apertado. Gosto de olhar para ele quando está do outro lado da carruagem. Sei que gosto dele quando o perco da mão no meio da multidão ou quando o perco no corredor do supermercado. O meu amor de Paris gosta de toblerone. E eu ofereci-lhe um. Porque quero que seja sempre assim: doce e em forma de castelo.


quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A primeira vez.

Sim há uma primeira vez para tudo. Como também há solução para tudo. Aqui a solução foi a declaração amigável. Pela primeira vez bati no/com o Quovadis. A dor foi muito maior, não porque bati no Sr. R., natural dos Açores e não da Ucrânia como previ, mas sim porque estraguei o "meu" Quovadis. Toda a gente sabe da estima que tenho por ele, que tem estado nos rankings anuais como o meu melhor amigo. E agora, pronto, sou oficialmente a pior condutora que ele teve até hoje. A verdade é que também tem feito das suas - o deposito da água do motor tem tidos úlceras atrás de úlceras, o relé também já teve melhores dias, as pastilhas são piores que as gorila e os cintos sofrem de uma pequena lesão na mola de suspensão. O diagnóstico não é favorável. Mas cá nos temos aguentado. Juntos já superámos um assalto mal feito, com uma espécie de buraco-ponto negro, uma pequena infiltração no tecto (porque não tirei a antena aquando a lavagem automática), perdas constantes de peças nas saídas de ar, um furo na Marginal e agora o nosso primeiro acidente. É certo que no outro dia já tinha dado um beijinho no carro da frente a caminho de Lisboa. Mas foi um beijinho ligeiro. Sem danos colaterais. Desta vez a coisa foi mais forte. Tivémos de vestir-nos a preceito e colocar o triângulo, como alerta. Mas até nisto o QV é parecido comigo, não se deixou afectar. Depressa limpou as lágrimas e os restos do Astra que nele ficaram. Não se lamentou e hoje já se fez à estrada, muito independente com os seus dois lugares apenas.
Talvez seja este o mundo dos crescidos. Seguros, carros, policia e consciência. A primeira vez foi assim. Desculpa Quovadis.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Black Swan. Black Day.

Não pude ficar indiferente. A força do diálogo e das imagens levou-me até mim. Naquele dia. “I was perfect”, segreda a Nina quando já nada mais havia a fazer. Foi exactamente essa busca pela perfeição que me destronou e me pôs à prova. O desejo de ser a única destruiu os sonhos e os laços Quebrou as barreiras da sensatez. O desespero pela perfeição foi demasiado grande para tamanho do erro. Sem medir os gestos e as angústias várias foram as vezes em que deixei cair o pano. Várias foram as vezes em que levantei o pano. Várias foram as vezes em que vi as personagens a entrar e a sair de cena. O palco já não era meu e não houve momento para pedir o papel para mim. Durante algumas cenas deixei que a inveja se apoderasse dos meus dias-a-dia com a perspicácia de quem só vê o final do túnel. Julguei que poderia algum dia jogar sem olhar a meios. Mas depressa percebi de que nada valeria a pena vestir o fato e subir a palco. As luzes da ribalta há muito que se tinham deixado apagar e não havia make-up que pudesse disfarçar as marcas deixadas pelo vazio. Consigo agora entender que a força das palavras não enfrentará nunca a força dos laços. A perfeição não existe. Existiu o eu e o tu, e isso nada tem de perfeito.


quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Coisas do novo ano

Apesar de ainda estarmos em Janeiro, 2011 já me trouxe algumas coisas.
Comecei o ano com o M. pela primeira vez (gosto ti) e junto de amigos bons. E foi muito bom.
Nasceu o G., uns centímetros de gente que vi crescer na barriga da mãe ao mesmo tempo que crescia a alegria de ter mais um membro na família. Tão perfeito, tão pequenino e tão mimado que vai ser.
Tivemos o jantar das amigas no chinês das Olaias, onde a tradição começou e onde as senhoras ainda se lembram de nós. Visitámos a casa das Olaiais e só me apetecia chorar. As estantes, a mesa, os lugares e os quadros que se mantêm iguais, e as histórias que aquelas paredes guardam e confidenciam.
Cortei o cabelo. É verdade, ando sempre nisto. Mas gosto, muito.
Fui ao aniversário da R. e tive com os amigos. As bacoradas, as histórias, os sorrisos e a cumplicidade, entre pactos escritos e assinados na toalha de papel da mesa. Gosto tanto. No mês que vem é ao fundo da rua do costume.
Fui aos saldos com os pais. Sim, mãe e... pai! A loucura. Ele alinhou em ir às compras e quem conhece sabe que isso é brutal. Ele foi e resmungou pouco. Um fenómeno.
Este fds vai ser passado no Porto, para passear, namorar e descansar.

E só quero que 2011 continue a trazer coisas boas. Assim, às carradas.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Back to the days :)

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

O balanço é mesmo o balançar.

Este ano que passou foi de balanço. Passei grande parte do tempo aos trambulhões, como se não estivesse bem em lado nenhum. Gastei grande parte do meu tempo (o tal precioso tempo) a tentar mudar gentes e mentes, a criar personagens e a guardar os sonhos na prateleira errada. Gostei quando não quis gostar, disse quando não quis dizer e magoei quando não o quis fazer. Desta forma, fui rolando pelos dias de um 2010 de "marcas". Começei o ano com um não de água fria, é certo, mas depressa me refiz do choque de temperaturas e a fase quente teve o seu quê de bom e fugaz. Amores, desamores. Marca, desmarca. Vou, não vou. O ano foi de "aventuras". Repassando a memória pelo calendário, poucos foram os dias em que não mexi as peças do jogo de xadrez, onde rei e rainha nunca tiveram reino. Joguei sempre com a delicadeza de uma dama e, desta vez, ouvi quem devia ouvir, com a sabedoria de quem há muito não joga. O balde de água fria no rosto de 2010 tornou-me forte e selectiva. Endureceu-me os sentimentos e ajudou-me a definir os "queros" que nunca soube pedir para mim. Na verdade, remei contra a maré sabendo que a meu favor pouco ou nada resistiria. Com isto ganhei paz. Ganhei alma. E desde então, pouco ou nada mudou. Receio esta falta de mudança, confesso. E desenho para os dias de 2011, tantas outras histórias como esta. Tenho registado este início de ano com pouco entusiasmo. E isso assusta-me e acalma-me. Consigo relembrar de 2010 pouca coisa, ou talvez apenas uma a que quero dar a importância que lhe é devida. O restante foram histórias de ninguém. Para estes tempos que aí vêm guardo com recato paixão e sensatez, à mercê de sentimentos mesquinhos e pequenos. Guardo para o cálculo os desafios maiores e as permissas mais ousadas. 2011 vai ser melhor.