quarta-feira, 26 de setembro de 2007

.Nasceu.


Ela está aí, bela e formosa. Chegou hoje às bancas o primeiro número do projecto que louva os inúmeros recantos alfacinhas, aqueles que tanta inspiração me trazem.

Nasceu um hino à minha cidade favorita - Lisboa.

Tenho orgulho. Muito orgulho.

Já fui à página nove. Já preenchi os meus dados e na próxima semana lá estarei, ansiosa, para saber que segredos me vai revelar sobre a capital. Vou descobrir tudo. Tudo!

Depois disto, só falta mesmo mudar a minha morada no BI. Quando será?...vivo na ansiedade de abraçar esse dia.

Até lá, peço TimeOut!

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Encontrámo-nos!


Ponto de encontro: Casa da Inês.
Transporte:
Táxi na Av. de Roma.
Destino: Travessa dos Inglesinhos


Episódio do Taxista com o rádio sintonizado no jogo de futebol aos altos berros:

"Mas podem ficar ali na rua da Rosa e depois descem aqueles 50 metros, pode ser??"..."Pode", se tivesse sido só isso que ele disse durante a viagem inteira..."mas oh menina, as casas têm de ter bilhete de identidade (...) garantias? Quais garantias? Vocês sabem lá se eles não aldrabaram tudo, eu sei, que eu já trabalhei nessa área, são uns vigaristas!". Pelos visto, o sr. taxista queria que eu comprasse uma casa e só depois experimentasse o gás...se estivesse tudo bem, pronto, tinha tido sorte. Se não estivesse, "olhe, isso é muito complicado". Chegámos à rua da Rosa, fugimos daquela conversa o mais depressa que pudemos e rumámos ao Bairro Alto.


Episódios no Found You, com uma mesa cheia de tias, das mais tias que pode haver:

Num ambiente super luminoso e um estilo requintado mas muito cool, encontrámos o restaurante destinado a ser o palco de mais um Jantar Sexo e a Cidade - Found You (francês). O empregado, um giraço com o qual todas ficámos derretidas, encaminhou-nos para a nossa mesa e lá estava ela, toda arranjadinha e com um brilho especial, por ser nossa, claro.
A ementa: que tortura! Era tudo tão caro que só nos dava para rir. Vida de jornalista é assim, há que ver o cómico da situação. Quando a empregada trouxe as entradas para a mesa é que foi o fartote: cada uma melhor que a outra (e eram mesmo!!) e nós babadas a pensar "porque é que a vida é assim?". A Ana e a Laura continuavam com o riso a escapar-lhes a todo o minuto. Tanto, que nem sequer disseram à senhora para levar as entradas para trás. Conclusão: ficámos com as entradas na mesa durante pelo menos uns 15 minutos sem tocar em nada. Com muita pena nossa, mas tinhamos um plafont a cumprir!

O Fondue da Vazia e a Raclete de carnes frias entretanto chegaram e o trauma das ementas-saborosas-só-para-os-olhos-comerem desvaneceu-se. Depois de termos ouvido atentamente a explicação do empregado bonitão, atacámos - com etiqueta e muito jeitinho - as apetitosas iguarias que eram de comer e chorar por mais. Hummmm...a satisfação estava estampada no nosso rosto em forma de grandes sorrisos, risos e suspiros...

Enquanto as Tiazonas falavam sobre "a mala que é tão xgirá, tão gránde", nós lá fomos contando as novidades. Entre acasos felizes e acidentes quase cómicos, resumimos o nosso mês.
O que faltava?
A bela da foto.

Fomos, educadamente, pedir àquela que parecia, senão a dona, a gerente do restaurante, para eternizar aquele momento. Não foi à primeira, nem à segunda, mas apenas à terceira! Nem assim: a Laura tinha ficado com os olhos fechados. Siga para o ritual seguinte: foto com o empregado de mesa que nos atendeu. E ali estávamos nós, no meio do restaurante, a ser o centro das atenções e vítimas dos olhares afiados das Tiazonas.

Aqui está o resultado.

(afinal, encontrámo-nos...mais uma vez!)
***
Opppsss..falta ainda acrescentar um pequeno pormenor a este episódio:
O final da noite: Felizes por termos ainda regateado a conta, chegámos a Av. de Roma do outro lado da estrada...atravessámos contentes, a correr, como adolescentes em fuga...e num ímpeto já decidido no banco do táxi, vingámo-nos de quem fez mal à nossa "Xoriça"! A Nês deu o mote e "vamos lá, então?"....Ri-mos tanto...Soube tão bem e a Laura estava tão feliz!
A esquina reserváva-nos mais uma surpresa: "IDENTIFIQUEM-SE!!!" Um maluco dentro de um carro apontou-nos uma luz gigante que fomos até casa da Nês a ver "bolinhas"... No caminho fomos já ensaiando as músicas para o próximo grande concerto - Police! Eu e a Laura vamos estar por lá a gritar "Roooxxaanneee"
Estávamos tão felizes.
- - - - - - - -
Neste jantar faltou a tradicional sobremesa...
"Quero (queria...) um fondue de chocolate... haa.. e fruta e biscoitos..." eheh
Mas n faz mal! Demos açúcar suficiente ao nosso encontro mensal.
É tão bom o brilhozinho nos olhos que ganhamos nestes dias.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Mosaico das férias

Dizem que uma imagem vale mais que 1000 palavras...


Amesterdão, a cidade-imprevisto.







Penang (Malásia), uma ilha onde
coabitam malaios, indianos e chineses.
Os templos estão a milhas do
fascínio dos da Tailândia
Singapura, a pérola da Ásia. Uma cidade-estado muito sui-generis, onde o sonho ganha uma tonalidade completamente diferente. Aqui, é "all night long"... uma cidade que nunca dorme!

Ilha de Jaco (Timor-Leste), onde dois oceanos se abraçam para formar águas cristalinas, puras e de um azul chocante. O meu paraíso de eleição...






Rostos sem nome, sempre com a mesma carga expressiva. Nestes olhares derretidos e sorrisos inocentes, há toda uma vida em devir, condicionada, limitada, abandonada....





Fotos: CA

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

A mudança é uma constante

Passamos a vida a mudar, a fazer e a sofrer mudanças... logo desde bem pequeninos.. crescemos, mudamos as feições, mudamos de escola(s), mudamos alguns hábitos e sítios. Mudamos o corte de cabelo, mudamos de cabeleireiro, mudamos o tamanho da roupa e até às vezes o estilo de vestir. Mudamos de humores e de amores e até às vezes de amizades. Mudamos de emprego, mudamos de casa e às vezes a maneira de ver este ou aquele assunto passa a ser outra. Mudamos e aumentamos os conhecimentos, as experiências ensinam-nos a mudar alguns comportamentos, embora hajam sempre alguns q permanecem agarrados à nossa forma de ser.
Penso em várias fases da minha vida... "não gosto de calças e não as visto!", dizia eu com 4 anos... Só tinha um par de calças aos quadradinhos rosa e branco. Hoje adoro calças... "Nunca hei-de fazer Erasmus", dizia eu há bem pouco tempo... Hoje sinto que me fez mto bem, melhor do que eu imaginava.
Mudamos muito e em muitas coisas ao longo dos anos. Algumas mudanças somos nós que as queremos e que fazemos por elas, outras são-nos impostas. Algumas fazem-nos felizes, outras fazem-nos sofrer. Algumas são enormes e implicam mtas coisas, outras são pequenas, ainda que, mesmo assim, podem fazer toda a diferença.
A mudança é importante, sem dúvida. E à medida que nos vamos modificando, vamos coleccionando experiências, temos um dinamismo na vida que não pode parar. Mas também é bom saber que existem coisas, pessoas, ideias, valores, que vamos conquistando à medida que vamos crescendo e que não mudam. Que se tornam uma constante, uma base de um caminho que vamos traçando, umas vezes mais a direito outras vezes com curvas sinuosas e pedras onde parece que estamos destinados a tropeçar... Existem pessoas que acompanham as nossas mudanças sempre ao nosso lado à medida que nós vamos também acompanhando as suas...
"Então mas agora gostas de motas?"
"Já gostas de sapatos bicudos?"
"Queres ir para França?"
"Já gostas de queijo?"
"Já gostas de verdes?"
"Agora pintas as unhas?"
"Já usas saltos altos?"
...

Tantas pessoas que foram mudando e continuam comigo... E sabe mesmo bem!

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Só queria mergulhar nas páginas mágicas de um livro grosso

foto:DR
Ler um bom livro é como dar um bom beijo.
Ao toque estranha-se. Depois a magia espreita, escondida por entre os odores. Os sabores misturam-se e despoletam mil e uma sensações, verdadeiras.

A viagem começa devagar, a um ritmo lento. A mente divaga, mas presa ao fim condutor daquele mel. Doce e alucinante.

O toque explora-se e a familiaridade cresce. Sabemos de cor a textura. É um diálogo surdo, aquele. Uma relação intensa, sem cortesias ou boas maneiras. Alarga-se o espírito, deixando antever um prolongamento do sonho. O mundo foi sugado para dentro do coração e aí permanece intacto, longínquo.

Os olhos vibram, até quando pestanejam. A respiração, ofegante, é suspensa por instantes...instantes que roubam a alma para mostrar um eco paradisíaco. Esse, mais tarde, surgirá como uma recordação, tatuada na pele escorregadia da memória.

A ligação estreita-se e ameaça uma interrupção. Aos poucos, o mundo desdobra-se e volta à realidade. Os pés voltam a pisar terra firme. E os olhos abrem-se mais brilhantes, a faiscar segredos sussurrados.

Nunca hei-de esquecer o dia em que mergulhei pela primeira vez naquelas páginas, que sabiam a lábios de mentol. Nesse momento soube que era ali que me queria perder e encontrar, para depois me perder de novo...para sempre, Na Sombra do Vento.



Como é bom beijar.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Mil e uma noites...

Buddha Bar. Gente gira. Boa música. Bebidas exóticas. Charme. Aromas. Unhas. Shots. Palmas. O Gemma e nós. Noites e noites. Até de manhã ou até quando nos deixam. A Alanis deixa antever uma boa noite, acompanhadas de um descafeinado e um cappucino bem amargo. O relógio marca a uma da manhã e o porteiro sem qualquer sorriso estende-nos a mão.
O som começa a dar os primeiros passos, entre cada degrau da escada. Cheira a incenso, vindo da sala vip. Não entramos. Estamos na guest list, mas ainda não chegamos a tanto. O chill out marca o ínicio de uma noite como tantas outras. Sempre diferente.
Soa a comercial, a estrela da noite só chega às 3h. a espera é díficil. Encosto-me e deixo o ambiente aconchegar-se. Abrimos a pista, para não quebrar a regra e surgem os primeiros sorrisos e os primeiros olhares. Troca de olhares. À beira rio estão os mais ousados. O bar man deita o olhar por entre a cortina ;)
Normalmente somos duas. Eu e a Carolina. Sabe de facto bem. O carro no parque com via verde, as bebidas (com direito a sumo para mim) sem qualquer marca no cartão, os sons do costume e são 3h.
O Gemma. Não sei de onde vem. Sei que trabalha ali a partir daquela hora. E que passa vinil. Gosta de beber água 'Pedras salgadas' e voltou a fumar. Está quase na casa dos trinta e há pelo meno três anos é residente. Não sei onde mora. Não sei sequer como se chama...gostava de lhe saber o nome. Sei que tem familia e muitos amigos que cumprimenta sempre com um caloroso abraço. E até um beijo. Sei que tem uma namorada, que aparece de vez em quando. Não sei mais nada acho. Sei que gosta de misturar músicas com voz feminina e que esteve de férias. Gosta de usar t-shirt de manga cava e tem mais que uma tatuagem no braço. Já teve um brinco maior e talvez tenha um piercing. Usa mais que um anel, bem grande e parece-me ser perfeccionista. Usa calças justas, pulseiras e sweats apertadas. Tem os olhos claros.
"Um post ao Gemma", disse eu na noite passada. Parece uma espécie de sonho adolescente. Um dia descobri-lhe o sorriso, ofereceu-me uma bebida no meu aniversário, tirámos uma fotografia e pôs o "So many times" a tocar. Como eu gosto do "So many times"...

domingo, 9 de setembro de 2007

Com os pés na areia...

Há quem diga que são as avestruzes que enterram a cabeça na areia. Hoje, fui eu...da cabeça aos pés. Digam o que disserem, há gente que não devia de todo cruzar a nossa vida. Nem sequer passar ao lado. Ou porque não merecem, ou até porque não nos caem bem, ou simplesmente porque não há espaço para tal. Sou acusada de ser egoísta e racional(ista). Talvez assim seja. Mas a verdade é que cada vez que ponho o coração a funcionar, nem que seja ao relatim, as coisas nem sempre correm de feição, como se diz por aí. Arriscar não é, certamente, uma boa ideia para aqueles, como eu, que já não acreditam no amor. Desacreditei-me há muito. E se hoje tentava virar a página ainda que a medo, fiando-me no destino e na maré...oopppsss...enganei-me. Não me enganaram. Não fui enganada. Enganei-me. Achei que poderia de certa maneira acreditar que ainda era possível existir alguém do outro lado.
O melhor que fiz foi pôr os pés na areia. Eu até acho que tenho uns pés bonitos.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Gosto III

Gosto do mar. Gosto de estrelas-do-mar e de peixes fluorescentes. Gosto de tocar na camurça e esfregar 'pele de pêssego' nas bochechas. Gosto de me sentar no chão, ler um livro no comboio e ouvir alguém ao telefone dizer "adoro-te". Gosto de ter boas ideias para o fim-de-semana, de andar em bicos dos pés e sorrir sozinha na rua. Gosto de natas. Gosto de velas e de soprar as velas. Gosto de adivinhar segredos e explorar personalidades. Gosto de morder o lábio e pensar no que não devia. Gosto de ouvir o crepitar da madeira à lareira, de visitar albuns muito antigos e perder horas a ler o meu 'livro das mensagens'. Gosto de surpreender e de pinhões. Gosto de rebuçados de mentol, de vendas nos olhos e cremes adocicados. Gosto de almofadas no chão, quartos às cores e sussurros. Gosto de trincar. E de sonhar.

domingo, 2 de setembro de 2007

Acreditas no Amor?

No fundo da piscina há um azul tranquilo e refrescante. Paredes de azulejos rugosos que fazem cócegas nos pés. Agradável. Lá fora, o sol afasta os arrepios e seca as pequenas gotas que acariciam a pele. Que saudades...
Os pensamentos voam a um ritmo frenético. E, no entanto, as questões assumem todas o mesmo rumo. Existencialismos. A formiga, pelo contrário, segue lentamente o seu caminho, ora no braço, ora na perna, até chegar de novo à relva, onde se sente segura.
Um pedaço da realidade rasgado de um quadro pintado a óleo, parece. A parte de um todo diferente, mais idílico. A vida não é romântica, mas vive de ideais nobres e emotivos aos quais nos agarramos para dizer que estamos a perseguir a felicidade. Afinal, julgamos que nunca é ela que nos encontra. Será?
O vento soprou. Afastou-se o abstracto, manteve-se o concreto e o palpável - a toalha escaldada. Um suspiro mais prolongado e abri os olhos para o mundo. O céu encontrava-se cristalino, sem nuvens; espelho de uma alma inquieta - demasiado transparente -, senti.
'Acreditas no Amor?', perguntei.
E, a seguir, o som estaladiço de um mergulho gritou e ecoou baixinho a verdadeira resposta.
Foto: CA/Penang, Malásia