quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

Boas Festas :)

quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

Momentos sempre bons

Jantares das migas são:
  • luzes no olhar
  • sorrisos abertos
  • caretas alegres
  • gargalhadas sonoras
  • muahs sinceros
  • mimos carinhosos
  • cumplicidade crescente
  • confidências só nossas
  • partilha de experiências
  • aventuras de menus
  • bacoradas cómicas
  • ...

Digam lá se não são autênticas provas de amizade verdadeira? :)

terça-feira, 19 de dezembro de 2006

quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

Resquícios de tempos idos

Foto: DR
Aqui há dias vi uma criança a brincar com os desenhos da calçada, um dos meus passatempos preferidos quando era pequena. A ideia é só pisar os "pretos" ou só pisar os "brancos" e...pronto, só isso.
Nesse preciso momento fui invadida por uma nostalgia, que me fez recuar no tempo e perfilhar os caminhos da minha infância. Mas nem todas as encruzilhadas assaltaram a memória, porque umas há que nunca apareceram e talvez nunca venham a ver a luz da consciência. Tanto melhor...
A menina ia de mão dada com o pai, um sujeito meio apressado que falava ao telemóvel. Ela saltitava e cantava, descontraída e divertida. Este foi um cenário que retive no primeiro instante e tive pena de não ter uma máquina fotográfica à mão (é assim o desejo insaciável que o ser humano tem de suspender no tempo momentos marcantes, por uma razão ou outra).
A infância é aquele ninho quentinho a que sabe bem voltar e revisitar ao longo da vida. Uma sombra solarenga que nos persegue para todo o lado, em todas as situações. Vezes há que esta deliciosa penugem permanece nas cavernas do inconsciente, adormecida por uma vontade involuntária de não ser conhecida. Eu traço linhas dessas e carrego mantos desses...sei que estão lá, que me aquecem, mas não lhes consigo ver o rosto, a cor, os borbotos ou a textura.
Naquele dia recordei com uma intensidade assustadora a minha infância...soube bem...mas não me esforcei o suficiente para descer mais baixo, mais longe.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

As minhas visões kodak

O sol de Belém batia forte nas pedras frias dos bancos poetas. Eugénio de Andrade não se queixou...nem ele, nem os muros (já gastos) da Torre que, ali imponente, se vangloria desde que foi edificada para as gentes da terra (turistas ou não) e do rio.
O céu alaranjado anunciava um final de tarde esplendoroso, com raios de sol baixinhos e sombras gélidas. Ontem tinha sido um bom dia para nevar. Ou para ir abraçar as flores. Mas tactear o chão da cidade, folheando um livro e observando a linha ténue que separa os azuis do ar e do mar foi também um bom rumo.
As grandes carrinhas paravam em segunda fila e os curiosos desciam as escadas já de máquina fotográfica na mão. O dia estava óptimo para capturar imagens...para roubar momentos ao tempo efémero, incitando a eternidade cosmopolita. Entre a relva meio molhada e o cais da Torre, muitos passaram sem sequer reparar nas palavras que o banco onde me sentava projectava. Eu reparei, li e retive. Os outros, porém, concentravam-se no vasto rio que separa a capital da outra banda; do Cristo Rei lá no alto; ou, tão simplesmente, na miniatura da Torre de Belém.
As mãos enregelaram e os pés arrepiaram-se. Ajeitei o cachecol, fechei o livro e pensei: hoje tinha sido um bom dia para ser partilhado...para ser olhado em conjunto, para ser vivido de mão dada. No fundo, partilhei momentos com o sol, olhei em uníssono com o coração e colei a minha mão ao livro, um companheiro de todas as horas que recheia a alma de palavras e significações. Portanto, ontem foi um bom dia para mim...

terça-feira, 5 de dezembro de 2006

Entre tu e eu

Dou por mim a ouvir aquela música dos Toranja: "Era eu a convencer te que gostas de mim...tu a convenceres me que não é bem assim, era eu tentar descobrir..lalalalala..." e penso: será que estou convencida ou foste tu que me convenceste? na verdade sou eu a convencer me que não é bem assim...e a tentar perceber o meu lado mais fundo, o que existe depois de mim , depois deste 'mim' que criei para um dia poder gostar de dum nós...depois de meia 'vida' dedicada a um nós que nunca existiu, foi levada pela enxurrada de uma paixão que depois do tudo, restou apenas pó..por cima dos armários onde guardei os sentimentos a sete chaves, pó por entre as memórias de uma história escrita a tinta permanente...pó a flutuar plo ar que passa por entre a brecha da porta que ainda deixaste aberta...pó mais pó...e ainda mais pó...é o que tenho entre as mãos, entre os dedos apenas me correm grãos de areia fina....como um contador de tempo, que teima em não parar...para um lado e para o outro como que um vai vém que nunca chegou a parar em lado nenhum. Pó e Areia. Como a areia do deserto que nunca mais acaba e pó como aquele que nos cega quando abrimos os olhos no meio da poeira que se levanta por detrás do oasis.
Passei a fronteira desse oasis, sem sequer me aperceber que para além da miragem existia um 'tu', bem longe da imagem reflectida no espelho que criei. E por entre as malhas de um 'tu' que não era meu fui construindo um eu com sede de ti. Mas a fonte secou, como dizia o fadinho, e desse oasis não restou nem um lugar para contar aquela história. Não ficou nem a areia pelo ar. Não ficaste tu nem eu. Não ficou ninguém do outro lado da miragem para dizer que um dia estivémos lá. Ficou apenas um eu...a convencer te que gostas de mim e um tu a convencer me que não é bem assim. Quebrámos os laços?! Parece me ser a expressão correcta. E estou feliz por causa disso. Um desabafo.