segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Feliz Ano Novo!


Hoje é o último dia do ano...
Por isso quero desejar um Feliz Ano Novo!

Mais que as 12 passas, muitos desejos concretizados.
Mais que a roupa interior azul, muita sorte da boa para este ano que já espreita.
Mais do que o champanhe da meia-noite, a alegria de comemorar coisas em família e entre amigos.
Mais que o bonito fogo-de-artífico, que o brilho maior venha de dentro de nós.
Mais que o desagrado com a chuva que a metereologia anda a prometer para o primeiro dia de 2008, a alegria por poder sentir o "feliz ano novo" que a Natureza nos quer dar.
Mais que o fim de mais um ano, um começo em grande, seja para as pequenas ou grandes mudanças que se desejam ou para a continuação de projectos que queremos levar a bom porto.

Feliz Ano Novo.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Rodízio de Amizade


Foi o último jantar das amigas do ano. Deste ano. Fomos até à Costa da Caparica comer rodízio à brasileira. Mas antes fomos conhecer o T1 da Kikas. Carrgámos os sacos e os bancos pelas escadas estreitas. Lá dentro, vermelho, preto e prateado. Distribuímos os presentes e chegámos a conclusão que agora já todas tínhamos aquele acessório da Acessorize :) Decorámos a árvore de Natal como se fosse nossa. E é. Nas bolas pendurámos sonhos e nos guizos ecoámos desejos para o próximo ano. "É a tua medida, Kikas", dissémos. Aprendemos o caminho até lá.
O restaurante era bem típico. Cheio de comidas coloridas e músicas do Nordeste. Escolhemos uma mesa na segunda sala. Fomos à vez encher o prato. Elas riam "Ana, hoje podes comer à vontade!". Eu chorei, pela primeira vez num jantar das amigas. Ouvia a Kikas com atenção. Bebia aquela história, entre um gole de caipirinha mais que doce. "Entendem-me?", perguntava ela. Queria dizer que sim ou que não. Queria repetir-lhe que "provavelmente não vai ser diferente", mas a Nês e a Laura insistiam num desfecho feliz.

Chorei porque estava feliz por tê-las ali. Fizémos o balanço do ano. Passou rápido, muito rápido. "Lembram-se disto e daquilo?". Realizámos as projecções para o próximo ano. Uma casa para mim, uma casa para dois. Uma viagem, um futuro,um ano melhor. Sonhámos juntas, como sempre fazemos.
Comemos uma sobremesa apenas, embora o jantar tenha tido um toque amargo, com aroma a passado. Contemplámo-nos. E chegámos à conclusão que a ideia dos jantares das amigas tinha sido de facto genial.

No regresso a casa, a conversa foi mais animada. Brincámos com este e com aquele. Paradas no carro, à espera do "São Pedro" que nunca mais chegava, rimos. A Laura ia embora para as Cortiçadas. "Dá um toque quando chegares", repetimos. A noite acabou junto ao rio, assim como começou. A Nês dançou. E a Z. também. Tudo está bem quando acaba bem.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

É época de agradecer...


Dizem que no Natal tudo parece especial, mágico e o encatamento dura até à abertura dos presentes. Que o Natal é para ser vivido em familia, em espírito de harmonia, sem rancores ou "maus olhados". Que é época de boas festas, de familias felizes e de ajuda para com o próximo. Dizem que é a época de quebrar dietas, comer chocolates e pendurar bolas na árvore de Natal.

Há até quem deixe a bota pendurada na chaminé na esperança que no dia seguinte, de pijama e no quentinho da lareira, hajam presentes. É época do vermelho, do verde e do dourado das luzes e pós de pirilimpimpim. Vestimos golas altas, pomos o cachecol e, de tempos a tempos, abrimos o chapéu de chuva.

Damos abraços e mandamos beijinhos aos entes mais distantes. Escrevemos postais. Mandamos mails e mensagens. Até escrevemos coisas que não sentimos. Lembramos o ano que passou e dizemos vezes sem conta "como passou depressa".
Este ano foi, de facto, intenso. Muitas pessoas cruzaram a minha fronteira. Amores e desamores. E boas surpresas. Descobertas. Desencantos. E as amigas. O meu orgulho de 2007. E talvez por isto queira agradecer-lhes, por isto e por aquilo.

Queria agradecer à Nês por ter tido a coragem de mudar de vida e por, na altura certa, me ter dito, em tom de reprovação" - "Ana, esta foi a última vez".

Queria agradecer à Kikas por ter dado um passo em frente, por ter o seu espaço e por ter "voltado atrás"...e por ter dito, em plena fila de trânsito na Av. de Ceuta - "Amiga, cresceste".

Queria agradecer à Laura por ter dito "sim" a uma vida a dois e por ter aceite o desafio de vir trabalhar comigo. É bom tê-la todos dias pela manhã.

Gosto de vocês. Porque me ouvem e me ralham. Porque fizémos juntas a árvore de Natal da Carolina, porque trocámos presentes mais cedo e porque conseguimos, de mês a mês, sem nunca quebrar (à excepção de Novembro :) ) sentarmo-nos à mesa como uma familia. Cheias de laços e histórias em comum. E ainda, e acima de tudo, porque não esperamos pelo Natal para nos lembrar-mos que somos verdadeiras amigas.
Feliz Natal.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

À beira-mar


Queria apenas escutar o ruído das ondas a bater na areia e sentir o vento a sussurar-me ao ouvido...Dia bom este ;)

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Home sweet home

foto:DR/le cool


Ontem não olhei para o horário do próximo comboio, na plataforma da estação de Entrecampos. Nem esfreguei as mãos enquanto esperava em pé, junto de mais uma dúzia de estranhos. Não entrei com calma no comboio, a sentir os empurrões dos apressados que receiam não ter lugar. Não me sentei no sítio de sempre, de costas para o caminho e encostadinha à janela. Não me ajeitei, sorridente, no banco nem me concentrei no que conta Gabriel García Márquez nos seus Cem Anos de Solidão. Não viajei nas páginas do livro. Nem viajei com destino a Barcarena.
Ontem também não passei pela loja de mobílias que tem o banco da minha vida, nem fechei os olhos para sentir o cheirinho a pão quente acabado de sair do forno que emana sempre do café dos bolos bons. Não ouvi crioulo nem vi o habitual grupo que às vezes me mete medo. Não caminhei a passos largos até chegar à praceta onde o Clito dorme, com ar de abandonado. Nem fiz a 80 km/h a estrada nova de onde consigo ver se há trânsito na IC19, uma ajuda preciosa para decidir se vou por dentro ou não. E não, não fiquei parada na via do meio à espera que os chico-espertos se metam à minha frente.
Ontem não tive de estacionar o carro em frente à vivenda do vizinho que coloca pedras no passeio, vá-se lá saber com que propósito. Nem senti o cheiro a "casa"- e nunca a comida - tão característico da Vivenda José Maria Marques, o nome do meu avô carpinteiro. Não ouvi o tão melódico "olá miminho" acompanhado de um sorriso a pedir um beijo barulhento, nem vi as luzes da magnífica árvore de Natal decorada pela minha decoradora pessoal.
Ontem, pela primeira vez em muitas terças-feiras, não me sentei no sofá-chucha a ver nada de jeito na televisão, com o barulho de fundo do aquecedor-do-cheiro-esquisito. Nem me tapei com a super manta de pelo fofo, forrada a veludo, que eu tanto gosto. Não esperei o tabuleiro com cereais, não comi uma trufa Raffaello nem discuti as prendas de Natal ainda por comprar. Não tive de acordar a minha mamã com um cafuné e dizer-lhe "anda para a caminha" ao mesmo tempo que rio com as suas caretas e balbucios indecifráveis naquele jeito tão igual ao meu. Ontem não dormi na casa do Cacém.
O trajecto foi outro e o trânsito teve outras paragens. Entre as ruas da capital. Luzes de Natal vermelhas, azuis e douradas e outros rostos. Mais estranhos. As vivendas deram lugar aos prédios antigos, com fachadas centenárias, portinholas verdes e janelas esverdeadas. Ruas estreitas, com carros colados uns aos outros e uma chuva miudinha - e depois mais forte - a limpar os passeios minúsculos. O Tejo já ali, e uma porta velhinha, pintada de castanho, sem fechadura eléctrica. Umas escadas de um só sentido, para uma só pessoa. Magrinha. Tcharan!
Senti que era meu aquele espaço de cores novas. Onde dormi sozinha, numa cama grande. O soalho flutuante clarinho esfriou-me os pés. Experimentei a água quente - aaahhh...tão bom. Ali não cheira (ainda) a casa, nem a comida, nem a incensos ou velas. Cheira a novo, por estrear. E a frescura.
Ali sente-se paixão. Vermelha. E paz. Branca. Também há pozinhos mágicos, de tom prata, à espera de sonhos altos, camuflados pelo dourado. O preto dá o toque especial de uma força poderosa. O desafio. Ontem já tive um pouco de tudo isto, espalhado pelas cómodas divisões do meu "pequeno T1".
Senti de perto o calor de um desejo tornado realidade.
- "Home sweet home", confessei, antes de adormecer.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Branca de Neve apresenta-se ao serviço no BABA

"Olá Inês, tudo bem? É para dizer que estamos interessados em avançar com a sua contratação. Por isso, parabéns e bem-vinda".
"Alice, a Siemens ligou-me! Escolheram-me!" "Parabéns..." disse ela feliz por mim e triste por ela.
Próximo passo, deixar tudo organizado na AC e procurar uma casa no Porto.
Pesquisei em todos os sites que fui conhecendo, falei com várias imobiliárias, contei com a (grande) dele e encontrei a minha casa... um T1 quase perfeito (se deixarmos de lado os azulejos da casa de banho e os seus problemas de canalização e quão frio pode ser neste Inverno onde o que se quer é chegar a casa e sentir calor).
O primeiro dia de trabalho foi de nervos, sem saber exactamente o que esperar. Depois veio o ritmo avassalador. "Então ainda aqui estás?" A piada. Pensando neste tempo em que trabalho aqui vejo que já me chateei, já ri, já encontrei colegas novos, mas sinto que ainda não entrei completamente neste esquema. Tantas coisas e coisinhas, tantas ressalvas e casos especiais que ainda tenho de aprender, saber e lidar. Mas vá, 10 meses de contrato tenho eu pela frente.
A vinda para cá foi rápida. A família dele acolheu-me. Os pais foram essenciais, deram-me tudo aquilo que acharam que eu precisava, mesmo tendo-lhes dito que não queria o fogão e o frigorífico novos. As amigas indispensáveis... iam perguntando como estava a ser, preocupadas, atenciosas. Alguns amigos nem sabiam bem que eu vinha para a Invicta. Os avós só queriam saber se me estava a dar bem. Os tios queriam conhecer onde morava agora a mais viajada das sobrinhas. Ele levou-me a todo o lado, fez tudo o que pôde para me ajudar e tem conseguido.
Depois seguiram-se os fds complicados. "Não vamos ter jantar das amigas em Novembro?? Não me parece nada bem!" "Então mas não vens a casa este fds?" "Onde andas amiga, nunca mais te vi..." "Agora só cá voltas no próximo mês né?" Algumas discussões. "Fala comigo e diz-me o que 'tás a pensar". O primeiro choro.
Mas também há os momentos bons. Já tivemos jantar das amigas, onde senti que continuamos as mesmas. Ainda que com novas vidas cheias de pequenas e grandes mudanças, continuamos assim as amigas que se foram conhecendo e percebendo que fazem parte umas das outras. Continuo a ir a casa, mesmo que seja menos tempo. As lágrimas acabam por ir embora dando lugar a uma brincadeira. Hoje já tive um bocadinho de tempo para escrever um post há tanto desejado e talvez consiga arrumar os e-mail que ainda estão perdidos no Outlook. E a pensar em tudo o que já passei aqui para escrever este post voltei a chorar e a lembrar-me que ainda me faltam prendas de Natal. Volto a lembrar-me de que o meu pai, aquele que será sempre um dos homens da minha vida, faz anos hoje. Mas descanso.. já lhe dei os parabéns.
E amanhã? Logo se verá...

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

- (Inter)rompida -

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Um post...

Nês, importas-te de escrever uma linha, por favor?

Não abdico

Porque é bom recordar velhos tempos e contar histórias de outrora. Porque é bom rever sorrisos que fazem parte da nossa constelação "must have" e encontrar neles o carinho que sentem por nós. Porque é tão bom apertar uma mão que já nos amparou ou que nos recolhe os cabelos ou que nos vai limpar as lágrimas. Porque é realmente espectacular olhar nos olhos e ver um espelho de qualidades, memórias e sensações que nos fazem sentir "em casa". Porque é bom receber um abraço quando precisamos, quando não precisamos e quando não estamos à espera. Porque é bom partilhar segredos a sussurrar e fazer planos para os momentos mais marcantes do ano. Porque não é bom receber uma excelente novidade e não ter ninguém a quem contar e que realmente se intesse por ela. Porque é mesmo, mesmo bom ouvir alentos e verdades que nos mostram um caminho a seguir. Porque é bom saber de cor as bebidas e comidas favoritas de quem nos faz surpresas ou de quem nos oferece aquilo que procurámos durante dias. Porque é lindo olhar para trás e ver que existem ligações que nunca se perderam e que, mesmo pensando muito, já nem sabemos qual foi o momento exacto de quando começaram. Porque é muito bom desfrutar da unicidade de nos sentirmos especiais em gestos e pequenos nadas.

Por tudo isto e mais qualquer coisa, eu não abdico de ti: tu que um dia entraste na minha vida, deixaste uma marca e tens um lugar cativo no meu coração. Porque é bom...tão bom!


A todos os meus amigos e amigas que fazem a diferença

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Jantar das Amigas - Preparativos

Branca de Neve propõe:

Olaaa

Então como estão?

Olhem estava a pensar ir no bus das 14h que chega aí às 17h30 ou então
no das 15h que chega às 18h30. Qual vos dá mais jeito, tendo em conta
as vossas agendas de sábado à tarde? ;)


Muah

Betty Boop planeia:

Olá olá!

Miga, tu vens o mais cedo possível!!! No das 14h, portanto.
Aproveito o email para vos convidar, no sábado, a irem - finalmente - ver a minha casinha. Por isso, e visto a Inês chegar às 17h30, eu podia ir buscá-la ao Expresso e dps íamos lá ver o meu futuro lar. Entretanto, e como é a um pulinho dali, podiamos ir comer um pastelinho de Belém antes de irmos para a outra banda para o faróbadó da comida e dança brasileira :) q dizem??
Não admito desculpas como "estou de dieta"!!!

vá..se n gostarem do programinha altera-se...

bjos ansiosos
muuua



Estrelinha conta:


Programa aceite...tendo qm conta que na noite anterior vamos queimar muitas calorias e cm tenho ca nesses dias o meu novo produto light lol n ha problema :)

mua mua


Chouriça confessa:

Aceito tudo... Sou uma vendida :)

Carolina admite:

Lindas!!!!!!!

Branca de Neve assume:

Estou por tudo já... Venha o pastel e a noite brasileira ;)
(...)
Continua dia 8, no Restaurante Brasil

Estás aí?

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Estamos em contagem decrescente...


Feliz NATAL***
(...All I want for Christmas is you...)

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Olhos abertos

A Carolina disse: "amiga, nem pareces tu a falar". Parece que as coisas mudaram. Parece que eu mudei. Mais sensata, menos egoísta dizia ela. Não me dei conta disso. Era bom se assim fosse. sempre me apontaram o dedo por ser impulsiva e egoísta. Por apenas pensar em mim, nas alturas mais decisivas, e por quase nunca acatar um bom conselho. A tendência para fazer as coisas à minha maneira é inata.
Parece que agora cresci. Já coloco "mas" e "por isso" com mais frequência no meu discurso. Cresci com o tempo e as lições. Cresci contigo e com tudo aquilo que me ensinaste. Cresci a aprender que nunca deveria ser como tu. E ontem, a fazer as compras de Natal, dei me conta que este é o primeiro ano que não te incluo na lista. talvez porque pessoas como tu não sao bem vindas na vida de ninguém, nem naquela que vem aí (demasiado cruel, talvez, esta, assimilação).
Não estás na lista dos presentes. Nem dos ausentes. um dia já escrevi que não te queria em lado nenhum. É tão fácil racionalizar. E abrir os olhos. Deixar que os outros nos abram os olhos. E ver outras coisas. Ou talvez as mesmas de uma maneira diferente. Sabe bem olhar de novo e não te ver em lado nenhum e não ouvir o teu nome em parte alguma. Sai da minha boca, às vezes, mas todos os que me rodeiam te fazem esquecido. Amigos. Abre os olhos, dizem eles.

Desde pequena que gosto de ovos mexidos

(desculpa o plágio L.)
São poucas as memórias que tenho da minha infância. Recordo o cheiro a batatas fritas que percorria os correrdores até à mesa da sala da minha avó. Lembro me da minha 'casinha' fria, onde guardava os brinquedos e brincava ao sol. Assim como as lições de culinária em panelas do tamanho da minha mão. Sopas, sobremesas. Aprendi depressa as cores, é verdade. Na fábrica dos avós gostava de correr por entre os fardos, esconder os gatinhos pequenos para o meu avô não os ver, e brincar aos escritórios da Makro. Gostava de fazer de detective, de pesar me na balança das mercadorias e chegar sempre à conclusão que seria sempre a "Ana Palito". Em casa, lembro-me dos peixinhos que caiam ao chão e do gato preto...o Silvestre.
Gostava de brincar com carros, jogar ao berlinde (tinha uma colecção invejável), ao piolho e ao elástico. Eu e o Pepa brincávamos muito. Talvez daí a cumplicidade e o gosto dele por automóveis. Adorava brincar com as formigas. Fazer-lhes casinhas, cemitérios e alimentá-las com todas as sementes que havia no quintal da minha avó.
No Inverno, a mata enchia. Dávamos grandes passeios a dois, eu e o meu avô, aprendi o nome das árvores, das flores, o som das galinhas de água e o gosto dos pirolitos. Aprendi a fazer cadeirinhas de verga e a lançar pedras à água. Era fácil, o meu avô apanhava-me sempre as pedras mais lisinhas..gostava de ver os morcegos e de gritar para o fundo do Poio. Gostava de apanhar flores para dar à minha mãe. Lírios.
Em casa, recordo-me das escadas frias da minha casa velha. Do meu quarto e da marquise. Com as plantas e o telhado verde. Gostava de acordar mais cedo e deitar me no tapete do quarto dos meus pais. Gostava de ver o 'Bocas' com o Pepa e as primas. Com a Janeca gostava de brincar com as Barriguitas.
Gostava de jogar à bola com os meninos e talvez por isso usava sempre o cabelo curto. Detestava mesmo tirar as fotografias da escola, com as camisas abotoadas até às orelhas, a amarela era sem dúvida a pior. Assim como odiava aquele casaco cor de rosa choque que se embrulhava debaixo das botas e que a minha mãe dizia que protegia da chuva. Gostava de ouvir o meu pai na rádio.
Adorava brincar com os coelhinhos e fazer-lhes familias e até pô-los em corrida. A minha preferida era a Micaela.
Aprendi a andar de bicicleta na rampa do quintal. O meu avô sentado na cadeira de praia incentivou me. Caí poucas vezes. Até ao dia em que me estatelei a caminho da fábrica. Na rua brincava com o Pedro e o com o João Nuno, com o Snoopy a correr atrás de nós! E a (Ana)grita também! Jogávamos à macaca e trocávamos tazos!
Da escola, vinha a pé com as amigas. Fazíamos mil e uma paragens e quando dava passávamos por entre os campos de milho. Na casa da Ângela bebíamos batito de banana e comíamos tostas mistas. Humm...E um dia fui campeã da corrida de triciclos.
A minha avó fazia fatias douradas. Mas desde pequena que gosto de ovos mexidos, mal mexidos.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Entre um vazio e outro


"Tenho saudades tuas". Estas palavras chegaram-me hoje como uma doce brisa que me acarinhou a face, um aconchego que me acalentou a alma. Avivou recordações para onde viajei de sorriso às costas e saudade ao colo. Caíram-me, suavemente, em cima, sem aviso e com uma espontaneidade perfeita. Há muito tempo que não me diziam tal deixa.

Sinto-me só, não sozinha. Sinto falta de partilhar o coração e de dar a mão numa caminhada. Sinto falta de dividir um pedaço de bolo, uma mesa de restaurante ou um banco de jardim. Faz-me falta olhar nos olhos, ver uma cascata por descobrir no fundo de um olhar. Precisava de dizer "tenho saudades tuas".

Sempre que o sopro do medo me acaricia os ouvidos, rebato com a teoria da dúvida. Coloco o "se" na maior parte dos raciocínios e tento não me prolongar na questão do "quando". A dificuldade é parar de pensar e deixar rolar o tempo na sua lentidão. Existe sempre a ânsia de viver mais, sentir mais fundo, chegar onde nunca pensei chegar e conhecer o que jamais ousei imaginar!

É incontrolável esta insatisfação. E angustiante. Pesa-me nos ombros e deprimi-me. Uma fase má, diriam os pessimistas. Ou uma fase menos boa, precisariam os optimistas. Um estado meio febril, meio anestesiado, diria eu. Nestes dias só o profundo me faz sentido e me inspira para discorrer sobre o meu interior. O superficial cala-me e faz-me sentir deslocada.

Por isso talvez a frase que hoje me fez sorrir por dentro marcou tanto a diferença. Contornou tanto as minhas formas. Mesmo aludindo a um passado resolvido, terno e demasiado adormecido.

Hoje vivo de recordações. Como que mergulhada num mar opressor, mas com o oxigénio suficiente para respirar. Sinto-me peixe com memória, sereia sem cauda.

Falta-me agarrar mais vezes o futuro. Gostava de ouvir um "bleu de toi".


quinta-feira, 22 de novembro de 2007

A fonte secou


Nunca pensei ficar assim, depois de ler um livro. Estou triste. Encontrei um escritor que adoro, com um estilo perfeito, com que me identifico e que me dá vontade de sugar o mundo pelas suas páginas, que degustei como um bom vinho. A questão é que, de Carlos Ruiz Zafón, só pude ler a Sombra do Vento. Ele tem mais três ou quatro livros anteriores, mas de literatura fantástica - e não traduzidos para português - que julgo não ter nada a ver com as palavras pelas quais me apaixonei de A Sombra e o Vento. Isto nunca de me tinha acontecido: desejar veemente ler mais do mesmo e simplesmente não haver. É angustiante, posso dizer.

Já pensei em enviar-lhe um email a pedir para escrever mais, mais daquela forma que toca na alma do leitor, mais daquelas improváveis associações de palavras que provocam mil e uma sensações, mais daquele estilo (que parece) tão meu.

Ainda não consegui pegar em mais nenhum livro. Sei que o que vou encontrar ficará aquém das expectativas que, com Zafón, ousei criar.

Alguém me quer desafiar?

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Desabafo


(...)

Cada vez que eu ligo tento deixar mensagem
mas acabo por nunca arranjar a coragem
Necessária
Gostava apenas de partilhar o quotidiano habitual
Nada que se compare com as correrias doutras alturas e doutros abismos

E já que falo por eufemismos
Gostava de dizer que ainda gosto bastante de ti...

A casa tá diferente, parece digna de gente
Dá gosto sentar no sofá com a tv pela frente
Comprei uma máquina de café Xpto, bem bonita, azul bebé
Ocasionalmente cozinho e bebo o meu vinho
E esqueço o fumo que nos dava aquele quentinho
Hoje em dia é mais à base do ar condicionado
Condicionei a tentação num clima controlado

Quero que saibas que tou bem, sei que tu mais ou menos
Sempre gostaste de brincar em perigosos terrenos

Em relação a isso eu não sei o que fazer
E se calhar é por isso mesmo que acabo por não dizer
que a verdade é que a saudade do que passou
Não é mais que muita...
Mas por muita força que faça ela passa por saber que te vivi...

Tu deste tudo e eu joguei, arrisquei e perdi


(...)

(Da Weasel)

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Pessoas Felizes


"Sou tão feliz hoje", disse eu há pouco. "Sou"soa de facto a definitivo. o "hoje" tira-lhe o seu quê de certo e relembra o amanhã e o ontem. Posso sempre definir-me agora.

As minhas amigas estão felizes e cheias de novos projectos.

- A Carolina vai viver finalmente o sonho de crescer sozinha.
- A Nês conseguiu dobrar os medos e ir embora.
- A Laura vai viver um verdadeiro desafio a dois.

Estão felizes. E eu por elas.

- Os meus pais estão bem (e que fosse assim para sempre...)
- Os cá de casa estão em uníssono.
- Eu senti pela primeira vez o pequeno L.. e a M. está feliz! E só isso dá-me vontade de sorrir todos os dias que oiço o seu 'bom dia', como se cada dia fosse uma contagem decrescente para o grande dia. O dia das tias!
-No ballet, sou desastrada e distraída, mas o meu professor diz sem pensar duas vezes: "A Ana é uma pessoa feliz".

Tem razão.

- Eu sonho em ter uma casa, talvez em frente ao mar, como sonha a minha mãe.
- Eu vou a Barcelona de novo.
- Eu encontrei uma nova "xiao xing xing" embrulhada num guardanapo.

"Sou tão feliz hoje", vou eu dizer amanhã.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Já não escrevo na agenda.



Dei comigo a pensar que há muito que não escrevo na agenda. A do ano passado terminou na estação do calor e não voltei a comprar. hoje dou comigo a pensar, o que aconteceu há um ano atrás? Não consigo trazer à memória o esboço do que importante aconteceu. Hoje queria escrever "visita à casa em Algés", "J. ligou para saber como estava", "fui jantar com o D.", e talvez ainda houvesse espaço para um apontamento como "fui almoçar a casa com a L.". Amanhã seguramente iria escrever "Minde". E faria uma estrelinha ao canto da folha, como sinal de felicidade.

As páginas estão em branco por enquanto, talvez pelo medo de não querer recordar. Talvez pela preguiça de fazer apontamentos de situações que um dia darei como acabadas. Talvez porque já sou crescida e a criação de memórias sejam coisas de menina. Talvez porque o castelo dos sonhos deu lugar a uma casa abandonada por mim e pelo tempo.

As folhas dos anos anteriores ganham a cor do correr do relógio. Cheira a 'outrora'. Para o ano seguramente vou sentir a falta deste apontamento. Vou sentir-me perdida e culpada por não ter escrito na página da agenda. O ano passado comprei uma que se chamava "Gosto de ti todos os dias". este ano já não havia. esgotado, dizia o sr. da livraria.

De facto, esgotou-se quem gostava de mim todos os dias. De facto, terminou o ciclo que me dava por apaixonada todos os dias. Na verdade, ninguém gosta de ninguém todos os dias e nem todos os dias há amor para dar. Mas ontem alguém me dizia, como se um apontamento se tratasse: "O importante é virar a página". Não tenho agenda é certo. talvez para o Natal compre uma. para pelo menos poder escrever "Natal com os primos". "Passagem de ano em Barcelona" e quem sabe ousar delinear "Ano Novo, vida Nova". Cliché. Ou Sonho.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

-poca-terra-

Adoro andar de comboio. É o meio de transporte público que eu mais gosto de utilizar e que utilizo mais vezes. Vou todos os dias de comboio para o trabalho. No passado fim-de-semana fui para o Porto, de comboio. Uma viagem de pouco mais de duas horas e meia, onde li, dormi, ouvi música, comi, acompanhei a paisagem que se perdia de vista e pensei. Fartei-me de pensar. Pensei no primeiro campeonato de Vela que ia assistir (no porto de Matosinhos), nas pessoas novas que vou passar a conhecer neste mundo tão diferente e que julguei tão longe, nas expectativas dos novos chefes, nas saudades da Nês que fugiu para a Invicta (abraçar um novo desafio). Pensei em como será voltar a trabalhar com a Luzinhas de perto - e partilhar com ela um novo objectivo, no próximo jantar das amigas, na Laura e em como ela tem tido azar este ano, na mana da Laura. Claro que também pensei na minha casa nova e nas prateleiras que quero colocar na casa das máquinas, nas toalhas que quero ir ver à loja que está em promoções no Colombo e no sofá que nunca mais chega.

Enquanto pensava, com a música ora do Papas na Língua ora da Sara Tavares a mergulhar-me pelos ouvidos, passeava os olhos pelos passageiros e tentava adivinhar-lhes a alma. Que perguntas estariam a conjurar? Que desejos, sonhos e medos esconderiam?

Abandonei o presente da janela ao fechar os olhos. Os balanços do comboio funcionam como uma chupeta, chamam o sono tão rápido que nem nos apercebemos. Fui logo parar a Barcelona, para junto das personagens de A Sombra e o Vento. Mas não por muito tempo. "Próxima estação: Porto-Campanhã". Era a minha deixa...

Na viagem de volta repeti o roteiro. Li, pensei, ouvi música, viajei pelos rostos desconhecidos e divaguei por sonhos, desejos, medos e frustrações. Uma viagem em que não dividi o par de bancos e, talvez por isso, me fez sentir um pouco sozinha. Já disse que adoro estar rodeada de estranhos? É nesses momentos que me sinto mais acompanhada e desfruto melhor o meu próprio espaço. É também isso que uma viagem de comboio me oferece: o vazio prazenteiro de estar centrada em mim e numa espécie de transe, a voar.

Também adoro estações de comboio, mas detesto o hall dos aeroportos. As energias são totalmente diferentes nos dois sítios, apesar de serem ambos locais de partidas/chegadas, encontros/despedidas. O aeroporto arrepia-me, beargh (e não é pelo medo de andar de avião, que esse não me chega). A estação acalma-me. E anima-me, julgo. Estou deserta para que reabram a estação do Rossio, é uma das minhas favoritas. Faz-me lembrar um pouco a estação de comboios da Antuérpia, na Bélgica, mas mais pequena (e mais bonita!).

O que me deixa triste é que vou deixar de andar de comboio todos os dias para ir para o trabalho...mas é por uma muito boa causa!

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Novo (e oficial)

É oficial.
Os papéis estão assinados.
Uma nova vida avizinha-se, cheia de novas cores, desafios, caminhos. Novos cheiros, obstáculos, hábitos e rituais. Na minha casa. Nova.
As mudançãs estão para breve...!

Ao ritmo do beat

foto:DR

Um convite inesperado, que caiu em muito boa hora. A porta de entrada para uma noite diferente e, ao mesmo tempo, tão igual a mim. Como é possível nunca me ter procurado ali, ali onde o bit coincide com as batidas do coração e o ambiente é uma espécie CO2 sem o qual não consigo viver? Porque é que nunca segui, com muito força, os caminhos que me levam mesmo a mim, ao que me faz vibrar verdadeiramente?...onde estão os "alguéns" que comigo partilham esta frequência? Eu descobri-te nina!

Um nome sugestivo - Urban Routes, num cantinho tão interessante quanto apelativo - MusicBox. Candeeiros fashion, com gente muito boa onda, uma companhia excelente e um som do relax ao mais potentíssimo ragga. Onde é que eu andei nestes últimos anos? Parece que muito longe do pulsar que me dá energia, boas vibrações e sorrisos exagerados...que saudades daquelas aulas onde o Ricardo arrasava e eu, encantada, seguia os seus passos mas no meu trilho, sempre em alta, sempre em transe, sempre mergulhada no que de melhor extraio da vida: a dança!

No sábado, acalentei esse brilho. Em cada piscar de olhos, as luzes brilhavam mais forte. O som ia e vinha como que a fazer ricochete. O movimento apoderava-se dos corpos sedentos daquele combustível, intenso e caloroso. Lá fora, Lisboa também não dormia. As ruas, carregadas de animação, deixavam antever uma madrugada agitada. O frio congelava as mãos, mas a mim derretia-me as ideias para planos impulsivos, que partilhei contigo: a minha casa nova, sons imperdíveis, noitadas doces e à nossa à medida...num futuro próximo, certo nina?

Se esta noite fosse guardada num CD e se, como tu fazes, lhe desse um nome que só eu compreenderia, seria ELO.

Neste nó cabe um devir que quero apertar :)


Good vibes

terça-feira, 23 de outubro de 2007

As luzes apagaram-se..e..o pano desceu.


É este o desfecho da história. Por um caminho estreito fui delineando um final menos bom para esta fábula, para este conto de fadas que parecia a minha vida nos últimos dias do calendário. Afinal de contas, tudo parecia caminhar adiante, em direcção àquilo que oiço chamar de 'felicidade'. A casa, das paredes roxas pintada quase para mim...à minha medida, naquele terceiro andar com vista para a Arrábida. Num terceiro andar escolhido a dedo, o meu, que tinha quase tudo para ser 'minha'. O trabalho que aparentava melhoras com a chegada de um braço direito, com um toque tão especial. O desafio falhado, ao qual todos questionaram "'tás a gozar?!" e o sentimento forte de fracasso e humilhação por ter desiludido quem outrora viu em mim a "senhora fala tudo". A derrota confessada e assumida e o desconforto. Um 'não' seguido de um 'não acredito'. O brilhozinho nos olhos que deu lugar a um piscar de olhos involuntário e atemporal, como quem diz, de tempos a tempos. Não é para mim. Bastaram-me anos. A experiência já tem lugar cativo na bancada da verdade. Os amigos e as palavras de conforto, não mais que palavras. E o desmoronar do castelo. Afinal o sol nem chegou a brilhar para mim. Eram luzes, luzes que se apagaram. No final, ninguém bateu palmas a uma vida de contrasensos. O pano desceu e só fiquei eu. Só.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Buddha night


Uma das melhores noite que já passei no Buddha. Mais uma vez fui a primeira a dar o toque pa irmos embora mas pq estava msm em "sofrimento".

Não tinha sono, não tava cansada de estar ali nem da música. Foi simplesmente muito bom.

Os meninos que cantaram pa nós no trânsito, o novo dj que se encantou pela Ana, o cromo que não parava de saltar (mas pelo menos arranjou um espaço de segurança à volta dele que não nada fácil de conseguir naquela noite), o menino giro que ficou a conversar com a Carolina, o Gemma a dar o seu show e a revelar-se com as amigas, o "Rise Up" do Yves Larock e nós... a dançar, a rir e a brilhar.

Nós e o Buddha no seu melhor.

Sex and the City "in da house"

É verdade... Desta vez ficámos em casa...

Jantar combinado à pressa, muito devido à minha ida para o Porto e da incerteza dos próximos fds. "amanhã jantar na Laura", "que vamos comer?", "o que é preciso levar?". Nestes jantares nunca precisámos levar nada, apenas vontade de comer e as últimas novidades para partilhar numa amizade que existe há muito. E desta vez a diferença foi mesmo e somente essa, comemos em casa. A Laura fez um banquete, para nos desforrarmos das vezes que ficámos a aguar por algo que era demasiado caro para o nosso bolso nos muitos restaurantes que temos percorrido desde que iniciámos o nosso roteiro gastronómico. Comidinha caseira para o jantar do mês. Contámos peripécias, brindámos às boas-novas para o futuro, registámos os nossos "tesourinhos deprimentes" para que daqui a 20 anos possamos relembrar expressões e momentos - a pose de bailarina, a cara estranha, os papos do pescoço ou as primeiras rugas de expressão- e prometemos interiormente que nada há-de mudar esta amizade. Nem a distância que agora vai passar a haver.



Porque somos as peças do puzzle, os bocadinhos de um todo que só existe pq nós o fazemos existir, juntas.


Adoro-vos*

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Le Petit Prince

Si, es verdad. Me ha encantado muchisimo Madrid. Ou, peut être, des secrets que la ville m'a raconté. En fait, c'était ta faute, tu es le coupable. À cause de toi j'ai découvert une ville dynamique, vivante - le jour et la nuit - et avec des cachettes spéciaux, entre les divers arbres et petits pistes du Parque del Retiro, mon endroit préféré à Madrid...
J'aimerais bien que tu viennes à Lisbonne. Je pourrai te montrer aussi des mystères qu'elle cache. Je vais te sourire comme tu as fait quand on s'a rencontré à Argüelles, en face du El Corte Inglés; j'irai me promener avec toi jusqu'au centre de la ville et parler des vieux bâtiments, des rues moins enchantées. Je vais t'amener à un chouette café, on va boire une bière portugaise et bavarder sur musique encore une fois, avec nos MP3. Je veux aussi que tu sentes la merveilleuse sensation de te laisser conduire pour un "presque étrange" et connaître des endroits magiques, dans une autre langue. Je t'accompagnerai aussi sous la pluie et je vais te recevoir chez moi avec plaisir.
Moi, je te montrerai mon endroit préféré à Lisbonne et à Sintra, où je me sens super bien. Je ne vais pas jouer de la guitare, mais je promets de te faire écouter de la bonne musique :) Et les châtaignes...oui, je t’offrirai aussi des châtaignes ou quelque chose d'autre, aussi drôle, comme souvenir!
Pendant la journée, c'est aussi toi qui décides où on va aller après faire un petit dodo. Et les soirées...bon, je ne t'amènerai pas à un boteillon, mais on va sûrement faire la fête, boire, danser et prendre pleins de photos. Ah...mais je ne vais pas disparaître tout à coup :)
J'espère que pour toi soit si magnifique comme a été pour moi à Madrid. Vraiment...
À toi, que me fais sourire, merci encore une fois. Merci pour être gentil, disponible et pour me donner de la chance de te connaître un peu mieux. Je ne m’ai jamais senti mal a laise. Comme je t'avais dis, tu as une énergie très singulier, une pensée rare et profonde. C'est un peu comme le Petit Prince...

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Definitivamente.

Definitivamente. Muitos são os que dizem que nada é definitivamente, nem para sempre.

Ana. Não vale a pena dramatizar, chorar ad eternum, lamentar-me por isto e por aquilo. Nada disso valerá a pena quando se dita que o 'para sempre' deu lugar ao 'nunca mais'.

Talvez esta tinha sido de facto a primeira vez que me conseguiste surpreender. Talvez 'surpreender' não seja a palavra mais certa. talvez 'esclarecer' seja mais apropriado. Fiquei 'para sempre' (porque uma vida dura para sempre) a perceber que a distância que nos separava não tem limites, que os nossos olhares já não se cruzam, que os nossos sonhos não são de todo os mesmos e que foi desta que nos transformámos (na minha cabeça, pelo menos) em dois, cada um por si só. Nada de novo, para aqueles que já davam a nossa história por terminada há mais que muito.

Parabéns áqueles que conseguiram ver neste desfecho um espécie de 'luz ao fundo do túnel', parabéns aos que conseguiram sorrir com a notícia. mais ainda parabéns a ti que conseguiste por ti mesmo dar como finda esta nossa página. parabéns à a.. Surpresa das surpresas.

Parabéns a mim, que num dia de fúria consegui literalemente apagar todas as memórias físicas de uma história mais que lida. Não tive medo de um dia ficar sem recordações. Não te quero em lado nenhum. Muito menos em mim. Não te quero entre os livros, nas mil e uma caixinhas, nos postais, nos bilhetes, nas músicas, à cebeceira da cama, nas fotografias. Não te quero encontrar em lado nenhum. A parte mais fácil já está. Roubei às memórias, os artefactos. Roubei aos testemunhos, as palavras e tirei às evidências, o mais óbvio. Há quem diga, pela voz da razão, que não valeu de nada. Descargo de consciência. 2000 já lá vai há muito! A paixão desvaneceu é certo, o amor esse já nem sequer tem força para se fazer ecoar. Não tive sentimentos de substituição. Na verdade, nada deu lugar a nada.

Ficou o livro em branco, sem qualquer ordem para virar a página.

domingo, 7 de outubro de 2007

Que fuerte!

Parque del Retiro, Madrid/CA Mon endroit préféré!

Senti. Tocou-me de novo aquela sensação. O estômago embrulhado, as unhas prestes a serem roídas, os olhos a correr para o fundo de tudo. O brilho da alma na boca e o sorriso aguado, tentando acompanhar o turbilhão de emoções. A adrenalina da aventura, o nervosismo do olhar, das palavras e do pestanejar certo, à hora certa, ao ritmo acertado. As mãos trémulas a fugirem para o esconderijo de tonta, as cores do arco-íris a aquecer-me o pensamento e o esquecimento propositado do que não posso.

Repincelei a tela do "nunca" e do "tão longe". Os tons estavam lá todos: o castanho-quente de um Outono revolto; o dourado-brilhante de um não-sorriso de Inverno; o branco-pálido e fresco de um Verão de cala-frios; o lilás-alaranjado de um pôr-do-sol doce de Primavera;...e ainda o verde-azeitona amendoado, o verde-escuro-e-fofo a lembrar bolas de algodão e o azul de todos os tons da chuva a pedir as quatro estações. O resultado foi uma lágrima de angústia, salgada de euforia, e um desejo insaciável sufocantemente doce.

O perfeito foi perfeito. O imperfeito soou a perfeição. E o sonho continuou sonho perfeito. Com os acordes, a música ecoou baixinho até sussurrar o nada que tudo foi. O tudo que encontrei no nada: duas castanhas, ténis dourados, o sim, o não, o talvez, o ça va, português, espanhol, francês.
"Há noites e noites", escrevi um dia. Hoje traduzo. Há energias que atravessam fronteiras, trepam muros e contagiam mundos.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Trincar um sonho

Tem forma de Olival e cheira a Lapa.
Sabe a um misto de fresco e doce, como uma fruta de verão.
Foi feita à minha medida e sei que estava lá à minha espera.
Mora no 1º andar. Apresenta-se no nº 248.
E vai ser a minha janela para o mundo.

Consegui trincar um sonho, graças a ti. Mais uma vez, graças a ti. É nestas situações que o "obrigado" é a palavra mais brejeira que existe. É nestas situações que a linguagem das letras é incoerente, irracional e pobre. Aqui, no "trincar de um sonho", só as veias da alma conseguem tocar no âmago do sentimento que nos consome. Tomara eu que pudesses fazer uma viagem por estes meus caminhos...talvez um dia, quando a alma viver sem veias e as palavras espelharem o sentido da vida.

Aqui mora um sonho. O meu sonho.

Frederica - a guardiã da Paz

foto: DR
O nascimento de uma criança representa toda a força da natureza humana. É o sinónimo mais puro de VIDA. E a mais recente VIDA que entrou no meu mundo chama-se Frederica, o nome invulgar que marca o início de uma nova geração na família. Parabéns, prima Marta e (primo) Ivo!

A Frederica nasceu na manhã de dia 29 de Setembro, com 3,4 kg, de cesariana. Segundo a bisavó, "é toda perfeitinha e tem uma ruguinha no nariz que é um mimo". A minha avó já é bisavó. Uau...e a minha madrinha...é avó! Quanto mais penso nisto, mais me dou conta de que estou a entrar noutra fase da minha vida. Estou crescida. A infância está tão longe e, ao mesmo tempo, ali à mão de semear, com fotografias, filmes e histórias que desafiam a memória...

Vou acompanhar a infância da Frederica e, um dia, também ela terá este discurso; as fotografias serão semelhantes às minhas; mas nas histórias serei eu a narradora.
É tempo de mudança. É tempo dos bons presságios.

Benvinda ao mundo, Frederica!


Significados de Frederica:
  • Dirigente da paz;
  • Deriva do germânico e tem como significado "poderosa na paz"
  • Significa a que garante protecção;
  • Uma pessoa que luta com firmeza e energia para realizar os seus ideais
  • Não desanima diante de nada e procura sempre convencer os seus companheiros a ter a mesma atitude positiva em relação aos obstáculos


quarta-feira, 26 de setembro de 2007

.Nasceu.


Ela está aí, bela e formosa. Chegou hoje às bancas o primeiro número do projecto que louva os inúmeros recantos alfacinhas, aqueles que tanta inspiração me trazem.

Nasceu um hino à minha cidade favorita - Lisboa.

Tenho orgulho. Muito orgulho.

Já fui à página nove. Já preenchi os meus dados e na próxima semana lá estarei, ansiosa, para saber que segredos me vai revelar sobre a capital. Vou descobrir tudo. Tudo!

Depois disto, só falta mesmo mudar a minha morada no BI. Quando será?...vivo na ansiedade de abraçar esse dia.

Até lá, peço TimeOut!

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Encontrámo-nos!


Ponto de encontro: Casa da Inês.
Transporte:
Táxi na Av. de Roma.
Destino: Travessa dos Inglesinhos


Episódio do Taxista com o rádio sintonizado no jogo de futebol aos altos berros:

"Mas podem ficar ali na rua da Rosa e depois descem aqueles 50 metros, pode ser??"..."Pode", se tivesse sido só isso que ele disse durante a viagem inteira..."mas oh menina, as casas têm de ter bilhete de identidade (...) garantias? Quais garantias? Vocês sabem lá se eles não aldrabaram tudo, eu sei, que eu já trabalhei nessa área, são uns vigaristas!". Pelos visto, o sr. taxista queria que eu comprasse uma casa e só depois experimentasse o gás...se estivesse tudo bem, pronto, tinha tido sorte. Se não estivesse, "olhe, isso é muito complicado". Chegámos à rua da Rosa, fugimos daquela conversa o mais depressa que pudemos e rumámos ao Bairro Alto.


Episódios no Found You, com uma mesa cheia de tias, das mais tias que pode haver:

Num ambiente super luminoso e um estilo requintado mas muito cool, encontrámos o restaurante destinado a ser o palco de mais um Jantar Sexo e a Cidade - Found You (francês). O empregado, um giraço com o qual todas ficámos derretidas, encaminhou-nos para a nossa mesa e lá estava ela, toda arranjadinha e com um brilho especial, por ser nossa, claro.
A ementa: que tortura! Era tudo tão caro que só nos dava para rir. Vida de jornalista é assim, há que ver o cómico da situação. Quando a empregada trouxe as entradas para a mesa é que foi o fartote: cada uma melhor que a outra (e eram mesmo!!) e nós babadas a pensar "porque é que a vida é assim?". A Ana e a Laura continuavam com o riso a escapar-lhes a todo o minuto. Tanto, que nem sequer disseram à senhora para levar as entradas para trás. Conclusão: ficámos com as entradas na mesa durante pelo menos uns 15 minutos sem tocar em nada. Com muita pena nossa, mas tinhamos um plafont a cumprir!

O Fondue da Vazia e a Raclete de carnes frias entretanto chegaram e o trauma das ementas-saborosas-só-para-os-olhos-comerem desvaneceu-se. Depois de termos ouvido atentamente a explicação do empregado bonitão, atacámos - com etiqueta e muito jeitinho - as apetitosas iguarias que eram de comer e chorar por mais. Hummmm...a satisfação estava estampada no nosso rosto em forma de grandes sorrisos, risos e suspiros...

Enquanto as Tiazonas falavam sobre "a mala que é tão xgirá, tão gránde", nós lá fomos contando as novidades. Entre acasos felizes e acidentes quase cómicos, resumimos o nosso mês.
O que faltava?
A bela da foto.

Fomos, educadamente, pedir àquela que parecia, senão a dona, a gerente do restaurante, para eternizar aquele momento. Não foi à primeira, nem à segunda, mas apenas à terceira! Nem assim: a Laura tinha ficado com os olhos fechados. Siga para o ritual seguinte: foto com o empregado de mesa que nos atendeu. E ali estávamos nós, no meio do restaurante, a ser o centro das atenções e vítimas dos olhares afiados das Tiazonas.

Aqui está o resultado.

(afinal, encontrámo-nos...mais uma vez!)
***
Opppsss..falta ainda acrescentar um pequeno pormenor a este episódio:
O final da noite: Felizes por termos ainda regateado a conta, chegámos a Av. de Roma do outro lado da estrada...atravessámos contentes, a correr, como adolescentes em fuga...e num ímpeto já decidido no banco do táxi, vingámo-nos de quem fez mal à nossa "Xoriça"! A Nês deu o mote e "vamos lá, então?"....Ri-mos tanto...Soube tão bem e a Laura estava tão feliz!
A esquina reserváva-nos mais uma surpresa: "IDENTIFIQUEM-SE!!!" Um maluco dentro de um carro apontou-nos uma luz gigante que fomos até casa da Nês a ver "bolinhas"... No caminho fomos já ensaiando as músicas para o próximo grande concerto - Police! Eu e a Laura vamos estar por lá a gritar "Roooxxaanneee"
Estávamos tão felizes.
- - - - - - - -
Neste jantar faltou a tradicional sobremesa...
"Quero (queria...) um fondue de chocolate... haa.. e fruta e biscoitos..." eheh
Mas n faz mal! Demos açúcar suficiente ao nosso encontro mensal.
É tão bom o brilhozinho nos olhos que ganhamos nestes dias.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Mosaico das férias

Dizem que uma imagem vale mais que 1000 palavras...


Amesterdão, a cidade-imprevisto.







Penang (Malásia), uma ilha onde
coabitam malaios, indianos e chineses.
Os templos estão a milhas do
fascínio dos da Tailândia
Singapura, a pérola da Ásia. Uma cidade-estado muito sui-generis, onde o sonho ganha uma tonalidade completamente diferente. Aqui, é "all night long"... uma cidade que nunca dorme!

Ilha de Jaco (Timor-Leste), onde dois oceanos se abraçam para formar águas cristalinas, puras e de um azul chocante. O meu paraíso de eleição...






Rostos sem nome, sempre com a mesma carga expressiva. Nestes olhares derretidos e sorrisos inocentes, há toda uma vida em devir, condicionada, limitada, abandonada....





Fotos: CA

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

A mudança é uma constante

Passamos a vida a mudar, a fazer e a sofrer mudanças... logo desde bem pequeninos.. crescemos, mudamos as feições, mudamos de escola(s), mudamos alguns hábitos e sítios. Mudamos o corte de cabelo, mudamos de cabeleireiro, mudamos o tamanho da roupa e até às vezes o estilo de vestir. Mudamos de humores e de amores e até às vezes de amizades. Mudamos de emprego, mudamos de casa e às vezes a maneira de ver este ou aquele assunto passa a ser outra. Mudamos e aumentamos os conhecimentos, as experiências ensinam-nos a mudar alguns comportamentos, embora hajam sempre alguns q permanecem agarrados à nossa forma de ser.
Penso em várias fases da minha vida... "não gosto de calças e não as visto!", dizia eu com 4 anos... Só tinha um par de calças aos quadradinhos rosa e branco. Hoje adoro calças... "Nunca hei-de fazer Erasmus", dizia eu há bem pouco tempo... Hoje sinto que me fez mto bem, melhor do que eu imaginava.
Mudamos muito e em muitas coisas ao longo dos anos. Algumas mudanças somos nós que as queremos e que fazemos por elas, outras são-nos impostas. Algumas fazem-nos felizes, outras fazem-nos sofrer. Algumas são enormes e implicam mtas coisas, outras são pequenas, ainda que, mesmo assim, podem fazer toda a diferença.
A mudança é importante, sem dúvida. E à medida que nos vamos modificando, vamos coleccionando experiências, temos um dinamismo na vida que não pode parar. Mas também é bom saber que existem coisas, pessoas, ideias, valores, que vamos conquistando à medida que vamos crescendo e que não mudam. Que se tornam uma constante, uma base de um caminho que vamos traçando, umas vezes mais a direito outras vezes com curvas sinuosas e pedras onde parece que estamos destinados a tropeçar... Existem pessoas que acompanham as nossas mudanças sempre ao nosso lado à medida que nós vamos também acompanhando as suas...
"Então mas agora gostas de motas?"
"Já gostas de sapatos bicudos?"
"Queres ir para França?"
"Já gostas de queijo?"
"Já gostas de verdes?"
"Agora pintas as unhas?"
"Já usas saltos altos?"
...

Tantas pessoas que foram mudando e continuam comigo... E sabe mesmo bem!

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Só queria mergulhar nas páginas mágicas de um livro grosso

foto:DR
Ler um bom livro é como dar um bom beijo.
Ao toque estranha-se. Depois a magia espreita, escondida por entre os odores. Os sabores misturam-se e despoletam mil e uma sensações, verdadeiras.

A viagem começa devagar, a um ritmo lento. A mente divaga, mas presa ao fim condutor daquele mel. Doce e alucinante.

O toque explora-se e a familiaridade cresce. Sabemos de cor a textura. É um diálogo surdo, aquele. Uma relação intensa, sem cortesias ou boas maneiras. Alarga-se o espírito, deixando antever um prolongamento do sonho. O mundo foi sugado para dentro do coração e aí permanece intacto, longínquo.

Os olhos vibram, até quando pestanejam. A respiração, ofegante, é suspensa por instantes...instantes que roubam a alma para mostrar um eco paradisíaco. Esse, mais tarde, surgirá como uma recordação, tatuada na pele escorregadia da memória.

A ligação estreita-se e ameaça uma interrupção. Aos poucos, o mundo desdobra-se e volta à realidade. Os pés voltam a pisar terra firme. E os olhos abrem-se mais brilhantes, a faiscar segredos sussurrados.

Nunca hei-de esquecer o dia em que mergulhei pela primeira vez naquelas páginas, que sabiam a lábios de mentol. Nesse momento soube que era ali que me queria perder e encontrar, para depois me perder de novo...para sempre, Na Sombra do Vento.



Como é bom beijar.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Mil e uma noites...

Buddha Bar. Gente gira. Boa música. Bebidas exóticas. Charme. Aromas. Unhas. Shots. Palmas. O Gemma e nós. Noites e noites. Até de manhã ou até quando nos deixam. A Alanis deixa antever uma boa noite, acompanhadas de um descafeinado e um cappucino bem amargo. O relógio marca a uma da manhã e o porteiro sem qualquer sorriso estende-nos a mão.
O som começa a dar os primeiros passos, entre cada degrau da escada. Cheira a incenso, vindo da sala vip. Não entramos. Estamos na guest list, mas ainda não chegamos a tanto. O chill out marca o ínicio de uma noite como tantas outras. Sempre diferente.
Soa a comercial, a estrela da noite só chega às 3h. a espera é díficil. Encosto-me e deixo o ambiente aconchegar-se. Abrimos a pista, para não quebrar a regra e surgem os primeiros sorrisos e os primeiros olhares. Troca de olhares. À beira rio estão os mais ousados. O bar man deita o olhar por entre a cortina ;)
Normalmente somos duas. Eu e a Carolina. Sabe de facto bem. O carro no parque com via verde, as bebidas (com direito a sumo para mim) sem qualquer marca no cartão, os sons do costume e são 3h.
O Gemma. Não sei de onde vem. Sei que trabalha ali a partir daquela hora. E que passa vinil. Gosta de beber água 'Pedras salgadas' e voltou a fumar. Está quase na casa dos trinta e há pelo meno três anos é residente. Não sei onde mora. Não sei sequer como se chama...gostava de lhe saber o nome. Sei que tem familia e muitos amigos que cumprimenta sempre com um caloroso abraço. E até um beijo. Sei que tem uma namorada, que aparece de vez em quando. Não sei mais nada acho. Sei que gosta de misturar músicas com voz feminina e que esteve de férias. Gosta de usar t-shirt de manga cava e tem mais que uma tatuagem no braço. Já teve um brinco maior e talvez tenha um piercing. Usa mais que um anel, bem grande e parece-me ser perfeccionista. Usa calças justas, pulseiras e sweats apertadas. Tem os olhos claros.
"Um post ao Gemma", disse eu na noite passada. Parece uma espécie de sonho adolescente. Um dia descobri-lhe o sorriso, ofereceu-me uma bebida no meu aniversário, tirámos uma fotografia e pôs o "So many times" a tocar. Como eu gosto do "So many times"...

domingo, 9 de setembro de 2007

Com os pés na areia...

Há quem diga que são as avestruzes que enterram a cabeça na areia. Hoje, fui eu...da cabeça aos pés. Digam o que disserem, há gente que não devia de todo cruzar a nossa vida. Nem sequer passar ao lado. Ou porque não merecem, ou até porque não nos caem bem, ou simplesmente porque não há espaço para tal. Sou acusada de ser egoísta e racional(ista). Talvez assim seja. Mas a verdade é que cada vez que ponho o coração a funcionar, nem que seja ao relatim, as coisas nem sempre correm de feição, como se diz por aí. Arriscar não é, certamente, uma boa ideia para aqueles, como eu, que já não acreditam no amor. Desacreditei-me há muito. E se hoje tentava virar a página ainda que a medo, fiando-me no destino e na maré...oopppsss...enganei-me. Não me enganaram. Não fui enganada. Enganei-me. Achei que poderia de certa maneira acreditar que ainda era possível existir alguém do outro lado.
O melhor que fiz foi pôr os pés na areia. Eu até acho que tenho uns pés bonitos.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Gosto III

Gosto do mar. Gosto de estrelas-do-mar e de peixes fluorescentes. Gosto de tocar na camurça e esfregar 'pele de pêssego' nas bochechas. Gosto de me sentar no chão, ler um livro no comboio e ouvir alguém ao telefone dizer "adoro-te". Gosto de ter boas ideias para o fim-de-semana, de andar em bicos dos pés e sorrir sozinha na rua. Gosto de natas. Gosto de velas e de soprar as velas. Gosto de adivinhar segredos e explorar personalidades. Gosto de morder o lábio e pensar no que não devia. Gosto de ouvir o crepitar da madeira à lareira, de visitar albuns muito antigos e perder horas a ler o meu 'livro das mensagens'. Gosto de surpreender e de pinhões. Gosto de rebuçados de mentol, de vendas nos olhos e cremes adocicados. Gosto de almofadas no chão, quartos às cores e sussurros. Gosto de trincar. E de sonhar.

domingo, 2 de setembro de 2007

Acreditas no Amor?

No fundo da piscina há um azul tranquilo e refrescante. Paredes de azulejos rugosos que fazem cócegas nos pés. Agradável. Lá fora, o sol afasta os arrepios e seca as pequenas gotas que acariciam a pele. Que saudades...
Os pensamentos voam a um ritmo frenético. E, no entanto, as questões assumem todas o mesmo rumo. Existencialismos. A formiga, pelo contrário, segue lentamente o seu caminho, ora no braço, ora na perna, até chegar de novo à relva, onde se sente segura.
Um pedaço da realidade rasgado de um quadro pintado a óleo, parece. A parte de um todo diferente, mais idílico. A vida não é romântica, mas vive de ideais nobres e emotivos aos quais nos agarramos para dizer que estamos a perseguir a felicidade. Afinal, julgamos que nunca é ela que nos encontra. Será?
O vento soprou. Afastou-se o abstracto, manteve-se o concreto e o palpável - a toalha escaldada. Um suspiro mais prolongado e abri os olhos para o mundo. O céu encontrava-se cristalino, sem nuvens; espelho de uma alma inquieta - demasiado transparente -, senti.
'Acreditas no Amor?', perguntei.
E, a seguir, o som estaladiço de um mergulho gritou e ecoou baixinho a verdadeira resposta.
Foto: CA/Penang, Malásia

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

"Pára tudo!!!"


*Tapadinha*

Lis-Boa

J'aime Lisboa...





Fotos: Le Cool
www.lecool.com

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Precisava de um "ti"

Foto: CA/Timor-Leste


Hoje deveria ser o dia de fazer um post sobre as férias, como estava combinado. Falar dos destinos de sonho que tive oportunidade de conhecer. Contudo, hoje é daqueles dias que não consigo falar com optimismo, com felicidade e com alegria, como manda um post sobre férias na Ásia.


Hoje sinto-me triste. A cair num escorrega em direcção a um pequeno poço escuro. O pior é que não encontro as escadas. Mas como vou devagar, vou tentado descobrir ao que é que me posso agarrar. Hoje não existem apoios para mim. Apenas espinhos enrolados às coisas do quotidiano: no sono, no trabalho, na estação, no passeio das avenidas tortas da motivação.


Hoje precisava de dizer "preciso de ti" a alguém. De dar ao mão a um destino, encostar a cabeça num muro sólido e ficar à espera de um sussurro discreto de alento. Gostava de dar uma caminhada para chegar mais rápido ao amanhã, ao amanhã deste ano, desta época, desta humanidade. Hoje era um bom dia para deixar cair uma lágrima visível e não recolhe-la com a mão. Deixá-la rolar até que perdesse o sabor salgado. Só uma...


Apetecia-me ter a liberdade para voar até ao sonho que me faz sorrir. Correr para outras paragens e gritar a plenos pulmões "SOU". Apontar o dedo a quem o merece e rir-me da pequenez da sua importância. Ou talvez o que eu queira mesmo era arrancar este dedo que me persegue e sair da sombra de gigantes que (ainda) condicionam os meus (des)equilíbrios interiores.





Hoje estou assim, quieta. Precisava de ter um "ti" para um "mim" diferente...

domingo, 26 de agosto de 2007

Férias!

Este ano as férias foram diferentes. As primeiras férias de "adulta", ou seja, de trabalhadora... Duas semanas que souberam a pouco mas que tiveram bons momentos...


Estar com o meu mano! :)Estranho, apesar de estar há um ano fora, parece que nunca saiu do Arrabal... As mesmas expressões (agora com umas francesas pelo meio), o mesmo sorriso, a mesma satisfação a comer couves miudinhas e a estar com o pessoal simplesmente a jogar conversa fora (a maior parte dela completamente surreal...)... Como adoro ver filmes com ele, como gosto de o ver a rir com os programas estúpidos que não dispensa. Como gosta de chatear as pessoas... "se não for eu nunca te ris com vontade!", diz-me ele... Adoro-o!


As festas do Arrabal... Ligeiramente desfalcadas este ano... Mas teve a animação prevista e marcou o regresso do meu mano :)

O casamento do Tiago e da Vânia...


Onde estivemos quase todos...


Onde brinquei aos Óscares... lol

E onde nos divertimos à grande :)