domingo, 1 de julho de 2007

Ninguém perguntou por mim?


Nestes últimos tempos têm-se cruzado comigo tantas situações absurdas que aos poucos deixei de ter tempo e encanto...A verdade é que deixei que o tempo passasse por mim, à velocidade da luz trémula de um futuro incerto. Sem querer deixei que tantas coisas acontececem que ainda não tive espaço para as arrumar na minha nova casa.

Sim, mudei de casa, mudei para onde nunca imagei mudar. E tal como esta, muitas outras coisas surgiram no meu caminho, como pedras pesadas e dificeis de ultrapassar. A casa já está. Estou bem, contente e arrumada. Sonho numa cama gigante, desperto-me num quarto cor-de-laranja e com aroma a lavanda e nos entretantos assumo que durante muito tempo estive enganada.


No trabalho, as coisas surgem em catadupla, a um ritmo mais do que alucinante. Estou bem, de facto, contente, mas cansada. Sim, cansada. Gosto das pessoas. Das cumplicidades que aos poucos vamos conquistando, gosto do regime do "tu".


Na vela, a brisa do mar preenche me o final do dia, com esta ou aquela nota de um ou de outro canto do mundo. Sabem bem estes momentos. Têem o salgado do mar que me dá a sede de querer saber mais e mais e aquele gosto especial que costuma trazer o desconhecido. Tem encanto, é verdade. Tem o seu quê. Aquele quê.



Estou para dizer a verdade numa fase de desencanto. Comigo, porque não tenho conseguido gerir o meu tempo. Acabou-se o mandarim, o ginásio e os fins de tarde desafogados. Com ele, porque finalmente a vida me ensinou a ver o teatro de uma maneira bem diferente. Desci do palco para a plateia e agora sim, vejo-o numa peça para qual não comprei bilhete. Optei por ficar à porta. Já li o resumo e não gostei do que ante-li. Melhor assim.

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