terça-feira, 29 de abril de 2008
Sim!
quarta-feira, 16 de abril de 2008
Nessa direcção
sexta-feira, 4 de abril de 2008
Palmas.
A vida devia ser como um bailado.
Um palco de luzes ora acesas, ora apagadas, ora em lusco-fusco, e corpos a deslizar pelo chão preto, agarrados uns aos outros, confiantes.
Os movimentos certeiros a imitar qualquer coisa que cada um associa à sua maneira e os mais improvisados, que suscitam sempre formas "efabulativas". Os braços recebem o peso inerte do corpo que parece uma pena. No instante seguinte, empurram-no para longe como se rejeitassem o contacto demasiado próximo. E é neste jogo de vaivém que se desenrola a história, marcada por abraços e empurrões, movimentos suspensos e repetitivos.
*
Ontem li liberdade em cima do palco.
O violino marcou a cadência de cada bater do coração. Meu e dos bailarinos. A música enrolava os corpos, embalava os gestos e rompia as respirações. O Front Line rezava assim, solto e livre, descompensado e desequilibrado. Apenas em harmonia com os instrumentos de cordas. O toque duro do pé contra o tapete negro contrastava com os agudos das violas. Numa espécie de cantiga entrecortada.
Depois veio a Paixão. O Medo.
Dois corpos que se entrelaçavam e surgiam num só, como figuras do mesmo molde. Movimentos aguçados e ternos, violentos e doces, tal e qual a linguagem dos amantes. Primeiro sem música, no silêncio da desconfiança. E depois com ritmo, embalados pela emoção. Dois pesos, um (con)tra o outro, um em face do outro, quentes, pegados - Lento Para Quarteto de Cordas. Uma história de amor como tantas outras, onde coube a paixão arrebatadora, o encanto, a confiança, o medo, o arrependimento, a alegria, o conforto, a idolatria, o sorriso, a solidão, a dor, a felicidade, a alma...
No final, a liberdade em jeito de loucura.
Gestos descoordenados, insanos e descontrolados apoderavam-se dos grupos que mostravam, cada um, a sua visão da história. A Cantata misturava-se com os sons dos corpos a escorregar e a rebolar no chão, a combater a lei da gravidade, a lutar por um lugar no seio da dança. Todos parecem não se importar com a distância que aparentam da normalidade. Todos cambaleiam, a fugir do poço e a precipitarem-se na falésia. Devaneios que nos fazem sentir livres. Até para ser loucos...
É também na dança que vivem os sonhos.
Companhia Nacional de Bailado
Front Line, Henri Oguike
Lento Para Quarteto de Cordas, Vasco Wellenkamp
Cantanta Mauro Bigonzetti
Teatro Camões
Cara de Chocolate
Faço cara de chocolate quando sinto o aroma fresco a morangos. Quando sinto o calor da Primavera a percorrer-me as intuições; quando, deliciada, comtemplo a vista da minha janela; quando me deito na minha cama de dois metros; quando sinto o vento quente a bater-me no rosto; quando, ressentida, me sento no sofá a ver horas de CSI; quando oiço a voz da minha mãe ao telefone; quando recebo novidades das amigas; quando saio do trabalho; quando vou às compras ao Sá; quando partilho os segredos com a L.; quando abro a página do livro que estou a ler; quando desligo o computador; quando oiço o rádio a tocar bem alto; quando penso no pequeno L.; quando vejo que a minha irmã cresceu; quando atravesso a ponte para visitar a minha tia; quando vou a caminho de minde; quando saboreio as comidas da avó; quando olho para a minha parede verde e beringela e sobretudo quando estou feliz.
Cara de chocolate.
terça-feira, 1 de abril de 2008
Alteração da hora
Quando é que foi?
E porquê? Teremos mais medo das respostas do que quando éramos pequenos? Teremos receio de passar por burros ou ignorantes? Será que achamos que no alto dos nossos anos de vida ganhámos (ou perdemos?) a ideia de que temos de saber tudo de antemão?
Às vezes era bom sermos novamente olhados como crianças a quem é dada a possibilidade de perguntar seja o que for. E principalmente porque perguntam sem constrangimento, sem medo da pergunta que vão fazer.
É isso que nos falta mtas vezes, "coragem" para fazer as perguntas que queremos. E porque não temos de saber tudo, é bom continuar a perguntar. Pode ser que assim tenhamos as respostas, talvez não as que queremos, mas as que precisamos.