segunda-feira, 13 de julho de 2009

A Estrelinha foi à bruxa.

Decidi que tinha de ser. Que tinha de ser ali e porque sim. Queria saber do destino e dos porquês. Estendi a mão à leitura. E quis saber se seria sempre assim. Estendi a mão à senhora das fantasias e dos medos. Dei-lhe a ler os olhos e o olhar perdido. Queria saber o que diziam as cartas e o que significavam todos aqueles sinais. Queria saber o que eram as coincidências e os ditados.
Mas quando me olhou na alma não soube perguntar nada. Deixei-me levar pelo quente da mão na mão. Deixei que me levasse até onde lhe apetecesse. Não fui capaz de verbalizar as vontades e muito menos as perguntas. A vontade de saber de ti era tanta, que não soube articular o quê com o porquê. Acabei por me render à evidência do "para sempre".
Foi isso que a bruxa disse. Que era para sempre e como sempre. Que nada poderia fazer para que o destino mudasse de rumo. Que mais do que eu, havia alguém do outro lado a pensar assim. A bruxa disse ainda que nada ia mudar. Que o mau iria ser sempre mau e que o bom iria sempre melhor. Extravangante. Que o bom iria ser sempre eterno e inesquecível. E que o mau nunca iria ter lugar.
Bruxa! Dizem que algumas são traiçoeiras. Esta não me pareceu. Aliás há muito que a conheço. Que sei onde mora e quais as intenções. Dali nem bons ventos nem bons casamentos. Até eu sei disso.
Confessou que também ela tinha lançado as nossas cartas. Mas não tive medo disso. Voltei a olhá-la nos olhos cor de amendoa.
E perguntei-lhe se sabia onde tinha nascido este sentimento. Ela não hesitou na resposta. Foi o destino que o trouxe, disse.

E toda a gente sabe que acredito mais no destino, do que nas bruxas.

Sem comentários: