quarta-feira, 16 de junho de 2010

O sol.

O sol traz-me saudades. Não consigo explicar com palavras leves o porquê do sol me trazer à memória o teu cheiro e o teu jeito desajeitado. A cor dourada dos campos secos lembra-me a cor da tua pele e o cair do final de tarde o teu gosto pelo Verão. O sol traz-me saudades de ti e das tuas coisas. Das tuas idas à praia, das tuas tardes na piscina e dos passeios de fim-de-semana. O sol traz-me ao coração o aperto da distância dos outros tempos e a angústia do Setembro antigo. O sol traz-me o teu calor no sofá e as tardes de esplanada com os amigos. As gargalhadas entre um copo fresco e as mãos dadas debaixo da mesa. O sol arrepia-me quando penso em quantos verões já passaram. Traz a paixão arrebatadora e a cumplicidade das noites quentes de Verão. E as saudades de ontem que nunca passam e nunca deixam espaço para os amores de Verão. Aguardo com os pés e a cabeça enterrados na areia. Passeio as memórias por entre as dunas de histórias e mais uma vez acabo a molhar a ponta dos dedos na água fria do mar para acordar e esquecer-me deste sonho. Nestes dias prefiro as noites. Porque já não há sol a essa hora. Porque o sol me traz dor e muita luz. Faz-me ver coisas onde não existem e seca-me os castelos molhados na areia da praia.
O sol traz-me saudades. De ti. Mais uma vez.

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