terça-feira, 13 de julho de 2010

Para a frente.

A L. dizia há pouco em tom perdido "deve haver, de certeza, uma maneira de contornar o futuro", enquanto recordava um episódio da série Flashfoward. Fiquei a pensar nesta e em tantas outras ideias soltas que me têm assaltado esta semana. Na verdade, nunca quis contrariar o futuro. Apenas me tenho agarrado demasiado ao passado. Histórias antigas e resistência à mudança têm andado lado a lado. De quando em quando, vou recuperar personagens de outrora e volto a escrever-lhes uma história. Facilmente lhes (re)atribuio um papel e sem dar conta lá está de novo aquela personagem a viver na minha vida. Tem sido sempre assim. Com este jeito desajeitado, tenho caminhado para o futuro. Entre histórias mal contadas, mal acabadas e até por acontecer. Uma espécie de carrossel. Cheio de personagens diferentes, mas sempre com a mesma volta. Não tenho feito grande esforço para que isto mude, é verdade. Sempre que a mudança espreita - não lhe falo. E com isto vou adiando, adiando.
Porque é que não vais viver para Barcelona já? Porque quero aproveitar a minha casa, ainda. Porque é que não mudas de trabalho agora? Porque agora não é o timing certo. Porque é que não esqueces isso de uma vez por todas? Porque ainda não é altura de esquecer. Porque é que não começas a treinar já? Porque ainda é cedo.

A verdade, é que tenho adiado muitas vezes as decisões de agora, do já e do amanhã. Sempre com receio de que o ontem não tenha terminado ainda. Não tenho dado lugar às coisas e às histórias. E oiço pouco as vozes sábias e visionárias.

Desta vez saí do carrossel. E deixei que uma história de ontem me empurrasse para a frente. Afinal este é meio caminho andado para que o carrossel pare.

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