segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O B.A.B.A. está a secar.

Talvez a inspiração esteja a ir-se com os dias atribulados e o dia-a-dia “normal”. As amigas já não escrevem e eu também não. Os dias ultrapassam os dias e as palavras escapam entre os dedos. Ou porque o dia no trabalho não deixou um espacinho para a escrita ou porque à noite, em casa, já não nos apetece ligar de novo o computador. De repente, desapareceram os desabafos, as confissões e até os “porque sim”. Nas linhas do B.A.B.A. já não se lêem sonhos nem se comentam paixões. “Esta é a vida dos crescidos”, ouve dizer-se por aí. Lembro-me do dia em que o inventámos. Durante dias a fio este foi o nosso diário, o nosso mural. As frases soltas, muitas vezes sem aparente significado, foram vezes sem conta o mote para grandes conquistas. Aqui escrevemos um dia os grandes amores, os lugares secretos, a primeira casa e as emoções à flor da pele. Custa-me crer que o jeito para as palavras tenha seguido outro caminho. EU, já não escrevo na agenda e mal me lembro do que aconteceu na semana passada. Não porque esteja esquecida, acho. Mas porque o jeito de lidar com as palavras foi substituído pelo jeito de lidar com a vida. Talvez porque encontrei o verdadeiro significado dos gestos, sem serem necessárias palavras anexas para justificar o que quer que seja.

[…]

A N. vai ter uma casa nova, a dois. A K. também. A L. está em Londres. E eu, nós, temos uma Bimby.

[…]

Tivemos fim-de-semana das amigas. Praia, muita praia. Com direito a lancheira e corta- vento, à moda antiga. Tivemos ritmos de salsa e kizomba e um pequeno almoço de rainhas. A N. regressou ao Porto. A L. foi matar saudades e a K. tinha uma entrevista.

[…]

O B.A.B.A. está a secar.

[…]

E nós a amadurecer.

Sem comentários: