Isso mostra o quão imperfeitas somos. E é bom saber isso, não é? A imperfeição faz parte das entrelinhas das nossas vidas e os fins-de-semana das amigas por vezes não têm de ser excepção. Há lugar para todos estes recantos mais escuros e que nos deixam desconfortáveis. Não há algo de genuíno em tudo isto? É que estamos mesmo crescidas. E os contos de fadas e finais (só) felizes são coisas de outras realidades. Paralelas, para estarem à mão de semear (e de sonhar)...
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Tantas vezes penso "estou farta de julgar os outros"... se por um lado dizem que os verdadeiros amigos são aqueles que dizem as verdadeiras e (muitas vezes) as mais duras verdades, há também quem defenda que o apoio é o que mais conta nestas lides da amizade.
Às vezes penso que o balanço do meu papel como amiga nestes 26 anos não é lá muito positivo. Costumo dizer que é trauma. Ou estigma, como diria o RR. Acho que estou cheia de estigmas. Alguém sabe como se superam os estigmas?
Poucas vezes me defraudaram as expectativas nisto das amizades. Talvez porque nunca fui de elevar a fasquia. Talvez porque elevando a fasquia, sou obrigada a colocar-me, também a mim, num outro nível.
Se há dias em que adoro os lugares-comuns da amizade, ele há outros que não os suporto. E ainda há aqueles que nem quero nem afasto. São indiferentes. Mas nestas linhas da amizade não deveriam haver muito espaços para a indiferença. Estou certa?
Sou complicada. E é como dizem: "estás a ficar pior". Estou. E a tendência parece que é só para piorar. Talvez seja por isso que a escrita seja rara. Não me acompanha. E eu não tenho ritmo para organizar os pensamentos. Complicados, ora bem. Nem ritmo nem tempo. Mais estigmas, diria o outro.
Um dia ainda hei-de tirar tudo a limpo. (Voltar a) escrever para me organizar e organizar-me para escrever. Isso e entender o que tenho deixado pelo caminho nos trilhos da amizade. A viagem não tem ar de ser curta...ou é apenas mais um dos meus estigmas??? ai...
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