segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Pedra no caminho.

O sentimento foi diferente, confesso. Não consegui desenhar quaquer reacção ou ponderação. A verdade é que fiquei vazia. Rapidamente recuei no tempo e regressei à torre velha. Às notas desafinadas e aos olhares cruzados. Aos sentimentos mal definidos e aos "não sei o quê". Regressei ao sabor guardado na caixinha dos segredos e ao miradouro de São Pedro de Alcântara. Estava uma noite amena e desconcertante, depois do Jardim dos Sentidos. O susurro das estrelas não me deixou, dessa vez, escutar a voz da razão com a devida certeza. Não foi um erro. Antes uma teimosia conquistada. As palavras foram fortes, o abraço também, é certo. Mas depressa se foram as promessas e o mito caiu. Não guardámos, creio, rancor ou mágoa. Tinha de acontecer, já o sabíamos. Foi fácil mexer no tempo.
O sentimento foi diferente. Nem bom nem mau. Talvez de estranheza, por não saber onde acontecemos. Melhor assim. Sem pedras no caminho. Cresci ao saber que houve um porquê antigo. Melhor assim. E mais feliz.

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