domingo, 2 de setembro de 2007

Acreditas no Amor?

No fundo da piscina há um azul tranquilo e refrescante. Paredes de azulejos rugosos que fazem cócegas nos pés. Agradável. Lá fora, o sol afasta os arrepios e seca as pequenas gotas que acariciam a pele. Que saudades...
Os pensamentos voam a um ritmo frenético. E, no entanto, as questões assumem todas o mesmo rumo. Existencialismos. A formiga, pelo contrário, segue lentamente o seu caminho, ora no braço, ora na perna, até chegar de novo à relva, onde se sente segura.
Um pedaço da realidade rasgado de um quadro pintado a óleo, parece. A parte de um todo diferente, mais idílico. A vida não é romântica, mas vive de ideais nobres e emotivos aos quais nos agarramos para dizer que estamos a perseguir a felicidade. Afinal, julgamos que nunca é ela que nos encontra. Será?
O vento soprou. Afastou-se o abstracto, manteve-se o concreto e o palpável - a toalha escaldada. Um suspiro mais prolongado e abri os olhos para o mundo. O céu encontrava-se cristalino, sem nuvens; espelho de uma alma inquieta - demasiado transparente -, senti.
'Acreditas no Amor?', perguntei.
E, a seguir, o som estaladiço de um mergulho gritou e ecoou baixinho a verdadeira resposta.
Foto: CA/Penang, Malásia

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