domingo, 15 de março de 2009

Belém.

Apaixonei-me por ele quando o vi descer no autocarro em Belém. Fazia sol e não corria uma brisa. Percebi que estava apaixonada quando julguei sentir o vento a passear-me por entre os pensamentos mais inoportunos. Com ele trazia apenas charme e música. Trazia a inocência de uma partitura e a proeza dos génios. E foi com isto que construí uma melodia de histórias por contar. Uma melodia de sons desiguais pautados pela distância de rumos e constantes contratempos.

Foi fácil (des)apaixonar-me. Confesso. O nosso concerto acabou também ele em Belém. Nos Jerónimos. Com sol e sem nenhuma brisa. Com fotografias a preto e branco como tem de ser. E hoje foi de novo em Belém que percebi o quão bom foi ter-me cruzado com esta paixão que, de tão louca, conseguiu não deixar marcas. Foi uma composição leve, de sons inesquecíveis e notas intocáveis.

Foi bom encontrar-te de novo. Em Belém. Com esse gosto pela vida a solo e com essa paixão pelas cordas de um destino sem traço. Foi bom sentir-te a marcar o tempo. Génio da vida. Do gosto pelo nada, porque se tem tudo nas mãos. Pela felicidade de ser e poder ser quem se quer.

Soube tão bem voltar a Belém.

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