terça-feira, 20 de abril de 2010

A minha metade.

Dei comigo a recordar aquele dia à flor da pele. Lembro-me do exacto momento em que parti desfeita em pedaços e cheguei a casa como que um punhado de areia, bem pequeno. recordei alquele dia em silêncio, entre risos e gargalhadas, em telhados de vidro. Sei que naquele dia o mundo desabou como a chuva de um inverno quase a terminar. Soube naquele instante que o ponto final da linha do destino tinha chegado. E que havia sido escrito por mãos terceiras. Senti que me tinham roubado o coração e o afecto. O sorriso e a gargalhada de quem está apaixonado sempre. Lembro-me disso à flor da pele, repito. Egoísta ou egocêntrica, sempre te escrevi para mim. E cada vez que reescrevo esse dia, reencontro a certeza que me levaram uma metade. O castelo de areia ruiu. Ficou o grão no sapato.

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