quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Definitivamente.

Definitivamente. Muitos são os que dizem que nada é definitivamente, nem para sempre.

Ana. Não vale a pena dramatizar, chorar ad eternum, lamentar-me por isto e por aquilo. Nada disso valerá a pena quando se dita que o 'para sempre' deu lugar ao 'nunca mais'.

Talvez esta tinha sido de facto a primeira vez que me conseguiste surpreender. Talvez 'surpreender' não seja a palavra mais certa. talvez 'esclarecer' seja mais apropriado. Fiquei 'para sempre' (porque uma vida dura para sempre) a perceber que a distância que nos separava não tem limites, que os nossos olhares já não se cruzam, que os nossos sonhos não são de todo os mesmos e que foi desta que nos transformámos (na minha cabeça, pelo menos) em dois, cada um por si só. Nada de novo, para aqueles que já davam a nossa história por terminada há mais que muito.

Parabéns áqueles que conseguiram ver neste desfecho um espécie de 'luz ao fundo do túnel', parabéns aos que conseguiram sorrir com a notícia. mais ainda parabéns a ti que conseguiste por ti mesmo dar como finda esta nossa página. parabéns à a.. Surpresa das surpresas.

Parabéns a mim, que num dia de fúria consegui literalemente apagar todas as memórias físicas de uma história mais que lida. Não tive medo de um dia ficar sem recordações. Não te quero em lado nenhum. Muito menos em mim. Não te quero entre os livros, nas mil e uma caixinhas, nos postais, nos bilhetes, nas músicas, à cebeceira da cama, nas fotografias. Não te quero encontrar em lado nenhum. A parte mais fácil já está. Roubei às memórias, os artefactos. Roubei aos testemunhos, as palavras e tirei às evidências, o mais óbvio. Há quem diga, pela voz da razão, que não valeu de nada. Descargo de consciência. 2000 já lá vai há muito! A paixão desvaneceu é certo, o amor esse já nem sequer tem força para se fazer ecoar. Não tive sentimentos de substituição. Na verdade, nada deu lugar a nada.

Ficou o livro em branco, sem qualquer ordem para virar a página.

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