Pedes-me um tempo,
para balanço de vida. (A ti, todo o tempo do mundo)
Mas eu sou de letras,
não me sei dividir. (sempre te havia dito isto)
Para mim um balanço
é mesmo balançar, (sem medo de cair)
balançar até dar balanço
e sair...(como sempre)
Pedes-me um sonho,
para fazer de chão. (ou a tua realidade?)
Mas eu desses não tenho,
só dos de voar. (voo contigo)
Agarras a minha mão
com a tua mão
e prendes-me a dizer
que me estás a salvar. (já depois de me largares)
De quê?
De viver o perigo. (já não tenho medo)
De quê?
De rasgar o peito. (gritarei)
Com o quê?
De morrer,
mas de que paixão? (a tua)
De quê?
Se o que mata mais é não ver
o que a noite esconde
e não ter
nem sentir
o vento ardente
a soprar o coração... (...)
Pedes o mundo
dentro das mãos fechadas
e o que cabe é pouco
mas é tudo o que tens. (o teu pouco chega-me)
Esqueces que às vezes,
quando falha o chão,
o salto é sem rede
e tens de abrir as mãos. (e que eu sempre estive aqui)
Pedes-me um sonho
para juntar os pedaços
mas nem tudo o que parte
se volta a colar. (nunca se chegou a partir)
(...)
Porque te amo, sem nunca balançar.
[Desculpa a cópia L.]
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