sexta-feira, 26 de março de 2010

De quê?

Pedes-me um tempo,
para balanço de vida. (A ti, todo o tempo do mundo)

Mas eu sou de letras,

não me sei dividir. (sempre te havia dito isto)

Para mim um balanço

é mesmo balançar, (sem medo de cair)

balançar até dar balanço

e sair...(como sempre)

Pedes-me um sonho,
para fazer de chão. (ou a tua realidade?)

Mas eu desses não tenho,

só dos de voar. (voo contigo)

Agarras a minha mão
com a tua mão

e prendes-me a dizer

que me estás a salvar.
(já depois de me largares)

De quê?
De viver o perigo. (já não tenho medo)

De quê?

De rasgar o peito. (gritarei)

Com o quê?

De morrer,

mas de que paixão? (a tua)

De quê?

Se o que mata mais é não ver
o que a noite esconde

e não ter

nem sentir
o vento ardente

a soprar o coração... (...)

Pedes o mundo
dentro das mãos fechadas

e o que cabe é pouco
mas é tudo o que tens. (o teu pouco chega-me)

Esqueces que às vezes,

quando falha o chão,
o salto é sem rede

e tens de abrir as mãos. (e que eu sempre estive aqui)

Pedes-me um sonho
para juntar os pedaços

mas nem tudo o que parte

se volta a colar. (nunca se chegou a partir)

(...)

Porque te amo, sem nunca balançar.

[Desculpa a cópia L.]

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