terça-feira, 27 de dezembro de 2005

Soube bem voltar a casa...!


Sim, Lisboa estava linda como sempre. Do alto, como pontos minúsculos e coloridos, e em terra, ilumiada, enfeitada e caracteristicamente portuguesa.
Sim, chorei quando a vi. Sim, chorei quando reconheci os rostos que me esperavam (ansiosos) no aeroporto. Sim, estava feliz, estava verdadeiramente feliz.
Sim, a IC19 tinha trânsito e foi realmente devagar que cheguei ao Cacém, todo modificado, com novas ruas, novas placas, novos ares...sim, a minha Vivenda tinha aquele cheiro tradicional e nostálgico. Sim, vi-me ao espelho quando entrei em casa depois de me descalçar e olhei tudo com olhos abertos, atentos, sorridentes. Estava em casa!
Nas minhas costas, uma experiência de marcos e tatuagens fundas: tudo me vem à cabeça, todos os contornos daquela vilazinha belga estão bem nítidos na minha memória, até mesmo as pequenas tonalidades do céu e do lago. Apropriei-me, talvez demais, daquele pedacinho de terra, de vida.
Mas, recebida de braços abertos, de lágrimas nos olhos, de sorrisos extravasantes, só durante alguns minutos é que Louvain-la-Neuve me assomou o espírito. Aqui, onde sempre vivi, tudo é realmente meu, próprio de mim, do meu percurso...que alívio: tudo está como quando me fui embora! É lindo sentir que estamos no nosso ninho, na raíz do nosso berço.
Reencontrar cheiros, rostos, gestos, palavras que contam a história de vidas, pessoas, lugares especiais, que conhecemos e que nos fazem tanta falta quando deles nos afastamos. Reencontrei-os e... redescobri o que neles sempre encontrei de especial.
Enfim, soube mesmo bem voltar a casa, à minha casa!
Mas Janeiro avizinha-se e com ele...o terminar de todo este sonho...

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